Vinhas da Ira 2004
Os cerca de 135h de vinha são maioritariamente compostas por uvas tintas, tendo mesmo cerca de 30h de vinha já com alguma idade, 30 anos, o que já pode ser considerado velho na região onde está inserido. As castas predominantes são a Trincadeira, Aragonês, Alfrocheiro, Castelão, Alicante Bouschet e mais recentemente o Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Syrah. Nas brancas apostou na tradicional Antão Vaz e mais recentemente, Arinto, Verdelho, Semillon, Alvarinho e Viognier. Como vemos, uma grande panóplia para o anólogo trabalhar.
Falta falar da adega, com cerca de 2.000 m2, é um projecto arrojado do arquitecto Vitor Vaz, que se enquadra bem na imensa planície, plena de modernidade e que responde plenamente aos diferentes estatutos dos vinho da Herdade.
Aqui provamos o topo de gama da casa. Um vinho feito de vinhas velhas de Alfrocheiro, que estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor escura, concentrada. Nariz intenso. Notas de fruta madura a lembrar cerejas, ameixas, amoras, alguma compota. Chocolate preto, café em grão. Ligeiro toque de frutos secos. Boca gorda e com uma bela acidez. É muito frutada, com toque florais e de café um grão. Final comprido e guloso.
Um vinho feito com uma casta que não se vê muito em terras alentejanas, o Alfrocheiro. O vinho, que tem assumidamente um perfil alentejano e sulista, acaba por ser elegante e nada pesado. Apesar de ter alguns anos pela frente, pode ser bebido nesta altura, em que está na plenitude da sua força e juventude. Eu gostei. 17.