Domingo, 17.01.10

Malhadinha tinto 2007

Ano 2003. Ano de estreia de um vinho que veio mexer com o conceito de imagem em Portugal. Ninguém ficou indeferente ao rótulo com a imagem de uma vaca (Malhadinha) desenhada pela filha do casal, Matilde. Um projecto onde se busca acima de tuda a qualidade, vinhos modernos, com muita fruta e gulosos. Um excelente trabalho enológico de Luis Duarte, com um caminho bem traçado e um objectivo bem definido. Eis a Herdade da Malhadinha Nova.

Desde o Malhadinha 2003 que me tornei fã deste vinhos. Foi realmente um vinho que me marcou, um estilo "novo mundo" com toque alentejano. Têm feito esta marca todos os anos, sendo esta que temos em prova a da colheita de 2007, a último a sair para ao mercado.

Um vinho feito com Aragonês, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon, Syrah e Touriga Nacional. Estagiou em barricas novas de carvalho francês durante 14 meses.
Tem uma cor granada muito escura. Aroma intenso, onde se destacam desde logo notas balsâmicas, ceras e menta, um travo vegetal. A fruta aparece compotada, que nos lembra cerejas e ameixas. Chocolate preto e ligeira baunilha. Boca bastante encorpada e com boa acidez. Os sabores balsâmicos misturam-se com a fruta e com toques achocolatados. Final longo e complexo.

Segue a linha dos Malhadinha. É um vinho onde se nota fruta de grande qualidade, com aromas quentes mas não pesados. A receita funciona, onde se alia a juventude, qualidade, modernidade, complexidade. Eu gosto de estilo e gosto muito deste Malhadinha 2007. 17,5.
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Domingo, 20.12.09

Malhadinha branco 2008

Estamos na presença de um dos melhores brancos alentejanos, isto apesar da juventude da marca, com a primeira colheita a ser produzida no ano de 2004. Desde logo caiu no goto dos enófilos, pois apresentava uma qualidade soberba e espantosa para primeira colheita a idade precoce das vinhas, plantadas em 1998. Um perfil marcadamente internacional, muito apelativo e com uma excelente imagem.
A qualidade sempre foi mote da família Soares. O projecto Malhadinha Nova está aí para o comprovar. Vinhos de primeira linha, enoturismo de excelência, em suma, um projecto sólido, com alicerces qualitativos muito fortes e imagem imaculada.

Tenho seguido este branco desde a sua primeira colheita, sendo esta a quinta a sair para o mercado. O lote foi mudando de ano para ano, mediante a qualidade das castas nesse ano e o perfil desejado, mas sempre com a linha condutora bem definida.
A enologia está a cargo de Luis Duarte, um nome muito forte em terras alentejanas, com muitos vinhos de referência no seu currículo. O preço, esse, anda perto dos 16 euros.

Este Malhadinha 2008 foi feito com as castas Arinto e Chardonnay. Estagiou durante 8 meses em barricas novas de carvalho francês.
Apresenta uma cor amarelo palha intenso, bonita.
Aroma intenso, que começa por nos dar notas tostadas e minerais, acompanhadas de especiarias a lembrar baunilha e ligeira canela. A fruta está algo escondida, mas conseguimos encontrar notas de manga a alguns alimonados. Aparecem também apontamentos de frutos secos, em companhia de chocolate branco e algum coco.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Baunilha, chocolate branco, manga, alguma tosta, coco. Final longo, complexo e guloso.

Temos aqui um vinho que está na sua plena juventude. Aroma muito preso, um tanto austero, uma grande estrutura acompanhada por uma bela acidez. Neste momento não está no seu melhor, diz-nos que temos que esperar por ele. Devo dizer que argumentos fortes não lhe faltam. Tentarei prova-lo daqui a uns tempos e estou convicto que a surpresa será muito boa. 16,5.
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Quarta-feira, 04.11.09

Monte da Peceguina tinto 2008

Monte da Peceguina é a gama de entrada deste produtor alentejano. Um vinho que não é propriamente barato, com um preço a rondar os 8 euros, não poderá ser considerado um vinho para o nosso dia a dia, pelo menos para a maioria dos consumidores de vinho.
Tenho provado este vinho desde a sua primeira colheita e confesso que sou um fã dele. Uma excelente imagem, um estilo muito frutado e guloso.
Esta é a colheita de 2008, que foi feita com as castas Aragonês, Alicante Bouschet, Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon e que teve um estágio parcial em barricas de carvalho francês durante 7 meses.
Sai da garrafa com uma cor escura, jovem.
Aroma com boa intensidade. Notas tostadas, chocolate preto amargo, fruta vermelha a lembrar morangos e framboesas ácidas. Toque vegetal a lembrar pimentos.
Boca com bom volume e boa acidez. Muito frutada, tem a companhia de tosta, chocolate preto. Ligeiro toque vegetal. Bom final, guloso.
À semelhança dos anos anteriores, este vinho apresenta-se já prontíssimo a beber, com um perfil guloso, frutado, com alguma complexidade. Temos aqui a receita para o sucesso, com um vinho fácil mas não modesto, com um vinho moderno, jovem e urbano. Temos aqui a receita certa. 16.
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Domingo, 25.10.09

Antão Vaz da Peceguina branco 2008

A prova deste vinhos fez-me pensar nos brancos portugueses. O nosso clima mediterrânico permite-nos fazer brancos com qualidade? Bem sei que temos vários "climas" e vários terroirs e também castas capazes de oferecer vinhos brancos únicos, com grande capacidade de evolução, mas é um trabalho recente. O que a nossa concorrência faz há muito anos, começámos nós a fazê-lo recentemente. A moda dos brancos também ajudou a que os produtores olhassem para eles com outros olhos, com mais investimento enológico e melhor conhecimento das castas e também melhor trabalho com madeira.
As castas, essas, têm enorme potencial, e não tenho de pensar muito para lembrar-me de meia dúzia capazes de gerar grandes vinhos - Arinto, Alvarinho, Loureiro, Antão Vaz, Malvasia-Fina, Encruzado. O trabalho está a ser feito, e muito bem, os vinhos estão cada vez melhores e isso acontece de ano para ano.
Uma das castas que está na moda, e é uma moda recente, é o Antão Vaz. Uma casta nativa do Alentejo, mais precisamente da Vidigueira e que já se espalhou por toda a região. Não existe produtor que se preze que não a tenha na sua vinha.
Um desses casos é a Herdade da Malhadinha Nova, um projecto recente, mas de enorme qualidade. Este Antão Vaz faz parte do seu espólio de brancos. Foi vinificado e estagiado em inox.
Tem uma cor amarelo citrino intenso.
Aroma de médio intensidade e elegante. Notas frutadas de pêra, melão, maça. Lado mais exótico com abacaxi e maracujá. Fundo mineral.
Boca encorpada e com boa acidez. Confirma as notas frutadas do aroma e a mineralidade está bem presente. Final longo e fresco.
Temos aqui um branco com as características da casta, aqui na sua faceta mais austera, com a fruta a passar para segundo plano. Um vinho perfeito para a mesa e não vira a cara a pratos mais intensos e calóricos. 16,5.
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Segunda-feira, 05.10.09

Monte da Peceguina branco 2008

Provamos aqui mais um vinho do Alentejo, da Herdade da Malhadinha Nova.
Monte da Peceguina é a gama de entrada do produtor e existe na versão branco, tinto rosé.
Este branco de 2008 foi feito com as castas Antão vaz, Verdelho e Roupeiro e teve estágio em inox.
Sai da garrafa com uma cor amarelo citrino.
Aroma com boa intensidade, com notas de fruta de polpa branca a lembrar pêras, pêssegos e ameixas brancos. Tem um lado mais vegetal, tipo talo de couve e também um leve mineral.
Boca encorpada e com boa acidez. A fruta continua a ter o papel principal, aqui também acompanhada de vegetal e mineral. Bom final, frutado e fresco.
Temos aqui um vinho onde se nota uma boa estrutura bem acompanhada de boa acidez. Um vinho de boa qualidade, interessante, com ligeira complexidade e que dará muitas alegrias à mesa. Tem um preço um pouco abaixo dos 10 euros, o que poderá ser um tanto alto para o bebermos quantas vezes quisermos. Boa aposta. 15,5.
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Quinta-feira, 01.10.09

Rosé da Peceguina 2008

Até há cerca de 10 anos, a região de Beja não tinha ligação com a produção de vinho. É uma região muito quente e só com recôrrência à rega é que os podutores existentes sobrevivem. E eles já não são assim tão poucos.
Um dos produtores mais mediáticos é a Herdade da Malhadinha Nova, de Albernôa. Depois do auspicioso ano de 2003, o da sua estreia, com o belíssimo Malhadinha 2003, foi lançando marcas no mercado, todas elas com qualidade muito alta e com uma imagem fora do comum. Um verdadeiro conceito de aproximação pelo lado afectivo e familiar. Em suma, um verdadeiro êxito.
O Rosé da Peceguina foi uma das marcas lançadas. Um vinho que tenho seguido desde a sua estreia, um vinho que me tem cativado.
Em prova temos a versão 2008, que foi feita com as castas Touriga Nacional e Aragonês.
Tem uma cor vermelha carregada.
Aroma de média intensidade, com notas de fruta vermelha a lembrar groselhas, algumas ameixas e também morangos. Algum floral.
Boca com bom corpo e boa acidez. Sabor frutado, onde também temos as groselhas, cerejas, ligeiro tropical e ponta de chocolate branco. Final longo, frutado e fresco.
Temos aqui um rosé bem estruturado, encorpado e frutado, mas com a acidez a contrabalançar bem todo o seu peso. Tem 14,5% de álcool e por isso temos de ter algum cuidado com a temperatura de seviço. Essencialmente para acompanhar umas boas entradas. 16.
publicado por allaboutwine às 13:44 | link do post | comentar
Sábado, 18.10.08

Monte da Peceguina 2006

Castas: Alicante Bouschet, Aragonês, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Tinta Caiada.
Estágio: parcial de 7 meses em barricas de carvalho francês.
Enologia: Luis Duarte.
Preço: 8€.
Vol: 14%.

Côr escura, jovem.
Aroma de média intensidade, com notas frutadas a lembrar ameixas, amoras, alguns morangos. Temos também flores, baunilha e ligeiro tostado.
Boca encorpada, acidez bem integrada e taninos redondos. Apresenta fruta saborosa e nada enjoativa, envolvida em baunilha e ligeiro floral.
Final longo e muito guloso.
Temos aqui o vinho de entrada de gama do produtor de Albernôa, sul Alentejo. Tenho seguido os vinhos da Malhadinha e posso dizer que sou fã deles. Para mim é um produtor de referência. Este Peceguina 2007 vem na linha dos outros anos. É um vinho muito equilibrado, com uma boa relação entre as várias partes. A fruta é fresca, as flores dão frescura e complexidade, tudo muito bem envolvido pela madeira do estágio. Vinho jovem, vigoroso, pronto a beber. Muito bem. 16.

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Terça-feira, 20.05.08

Malhadinha 2006

Castas: Antão Vaz, Arinto e Chardonnay.
Estágio: 5 meses (80% em carvalho francês, 20% em carvalho americano).
Enologia: Luis Duarte.
Preço: 18€.
Vol: 14,5%.

Cor amarelo carregado.
Aroma intenso. Notas abaunilhadas, anisadas, ligeiramente amanteigadas, frutos secos. A fruta lembra pêra, manga e ligeiro ananás.
A boca é gorda, com boa frescura. Tem uma grande intensidade. Notas tostadas, amanteigadas e abaunilhadas. Ligeiramente frutada a lembrar manga. Final longo, intenso e espacial.
Um belo banco alentejano, complexo, mas com a fruta algo escondida. Sentem-se as notas derivadas do estágio em madeira, mas não são enjoativas. Pode evoluir bem em garrafa. Escolha segura nos brancos portugueses. 17.

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