Dualidades

Venho expôr uma questão em que tenho gasto alguns minutos a pensar.
Antes de mais, devo confessar que é um assunto que me faz um pouco de confusão.
Li no guia Vinhos de Portugal do JPM, que para mim é uma referência, na prova do vinho alentejano Ikon d'Azamor 2004, que é um vinho muito caro dada a (pouca) idade das vinhas. O vinho em causa custa mais de 50 euros no retalho e a vinha foi plantada recentemente na zona de Vila Viçosa. Ora, podemos aceitar a critica. Como é que um vinho, cuja vinha ainda é precoce, pode originar um preço só aceite em vinhos com história, vinhos com pedigree, vinhos com cartas dadas. Acontece que a nota que o provador deu foi de 17,5. Uma bela nota para um vinho que não pode custar 50 euros, para um vinho que não tem direito a custar 50 euros.
Concordo que já são demais os vinhos a aparecer com preços destes, muitas vezes sem qualidade para tal, muitas vezes a quererem ser grandes sem o ser, mas a grande questão é que para um vinho com nota de 17,5, o vinho é muito caro e para uma nota de 16,5 num vinho ainda mais caro, não existe uma só critica negativa. Estou a falar por exemplo do Vale Meão 2006. Um vinho com uma nota de 16,5 e que custa 60/70 euros já não é caro?
Sejamos justos, os vinhos são caros, mas temos de os analisar todos pela mesma batuta e pela qualidade e prazer que nos dá na prova, independentemente da região, produtor, idade de vinhas, etc., ou será que esses factores podem influenciar a nossa visão sobre um vinho? Eu acho que não.
publicado por allaboutwine às 10:48 | link do post | comentar