Domingo, 31.01.10

Solar dos Lobos

A história é simples. Um grande grupo económico, Lobo da Silveira, detentora de vinhas no Alentejo nas zonas do Redondo e Arraiolos e de uma marca no mercado, decidiu apostar a sério nos vinhos de mesa. Adega moderna, enologia de Susana Esteban, que rumou do Douro e da Quinta do Crasto para o sul do país abraçando este projecto, e vontade de fazer bons vinhos, parece ser receita para os vinhos Solar dos Lobos estarem, agora, na escolha dos portugueses.

Estou a provar toda a gama dos vinhos Solar dos Lobos, começando pela chamada entrada de gama branco e tinto. Passemos então aos vinhos.

Solar dos Lobos branco 2008

Feito com as castas Chardonnay, Sauvignon Blanc, Arinto e Antão Vaz. Um vinho sem passagem por madeira.
Amarelo citrino. Aroma com intensidade mediana, onde encontramos notas de fruta citrina com algum limão e também algumas notas de melão. Fundo vegetal com algumas flores brancas. Boca com volume mediano e com uma boa acidez. Fruta madura, também aqui com toque citrino e vegetal. Final mediano.

Temos aqui um branco bem feito, fácil de gostar, com uma receita comum a muitos compadres seus sulistas nesta gama de preço. Aposta correcta. 14,5.


Solar dos Lobos tinto 2006

Feito com Trincadeira, Aragonês, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. Vinificação e estágio em inox.
Cor granada de média concentração. Aroma com boa intensidade, onde encontramos fruta madura a lembrar morangos, cerejas e groselhas. Ligeiro chocolate de leite e ponta vegetal. Boca com volume mediano, tal como a acidez. Muito frutada e com chocolate de leite a acompanhar. Final mediano e frutado.

Gostei deste vinho. A fruta aparece madura mas não enjoativa, até com com um perfil um tanto delicado, a par de chocolate de leite guloso. Boa escolha para o dia a dia. 15.

Os vinhos de entrada de gama tinto e branco já estão provados e aprovados, faltando só o rosé. Parecem-me ser vinhos muito bem feitos, com mistura de castas nacionais e estrangeiras, fugindo à doçura excessiva. O tinto teve uma medalha de bronze no concurso Wine Challenge 2009.
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Terça-feira, 26.01.10

Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2003

Sou consumidor assíduo de Moscatel, tanto como aperitivo como à sobremesa. Tenho sempre uma garrafa no frigorífico e a par de um Porto branco, é o vinho que me "abre o apetite". São dois vinho de eleição que não dispenso.

Temos em Portugal várias marcas que servem este propósito e o da Bacalhôa é definitivamente um deles. Talvez seja mesmo o meu preferido, com uma consistência de louvar para um vinho com este preço.

Temos então a colheita de 2003, a última a sair para o mercado. Tem uma cor ambarina. Notas intensas de casca de laranja, mel, baunilha e flores, passas. Boca gorda e com boa acidez. Confirma inteiramente o nariz, em ambiente doce mas fresco e com boa profundidade.
Um bom Moscatel para o dia a dia, multifacetado, já com alguma estrutura e complexidade. Muito bem feito. 15,5.
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Segunda-feira, 25.01.10

Crónica do vinho mal-amado

O que leva um consumidor correr atrás de um vinho que foi bem pontuado por algum guru da crítica?
Foi essa a questão que me fiz a mim próprio e que penso ser merecida de algumas palavras numa curta crónica.

Neste imenso mar de vinhos, nacionais e internacionais, fazer o seu vinho sobressair é uma tarefa árdua. Podemos utilizar os profissionais do marketing, com certeza, podemos correr o mundo a dá-lo à prova, este com margem de sucesso mais reduzida, ou podemos ter a sorte de algum crítico ter gostado dele e assim vende-lo como pevides. Pelo menos se o provador for conhecido e referenciado, claro está. Resulta? Claro que resulta! Melhor que gastar o budget em comunicação, sai mais barato e ainda leva o selo de garantia.

Mas e aqueles que eles não gostam? Como ficam eles? Epá, esse não deve valer nada, o Miguel só lhe deu 15. Mas como o Miguel o provou? Claro que no meio dos outros todos, mas coitado deste que tem a insensatez de ser diferente e que não resulta bem se for avaliado como os outros. Pedia um pouco mais de atenção, mas a rigidez dos 30 segundos deixa-o de fora do estrelato, pedia alguma gordura na boca que a bolacha de água e sal não tem, mas ainda era cedo e não acompanha bem uns Clusters.

Onde acaba o nosso vinho? Acaba na mão de quem o mimou e, passados 5 anos, ele presenteia-nos com a sua sabedoria, ainda sem rugas e com a jovialidade de um adolescente com acne.

Conhecem algum vinho assim?
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Vale D'Algares Selection tinto 2007

Produtor recente da região Tejo com vinhos de muita qualidade e que se está a tornar um caso muito sério no panorama vínico em Portugal. É também a confirmação de que a região tem alto potêncial para vinhos de carácter internacional e podem-no fazer em grande escala. Assim o queiram e possam.

Depois do belo Selection branco, um vinho feito com Viognier e com um perfil novomundista e muito apelativo, chega-nos agora a versão tinta. Claramente um upgrade em relação ao Guarda Rios, que também já me tinha causado muito boa impressão, e que pôe a fasquia muito alta nos próximos vinhos que dali sairem.

Este vinho foi feito com 60% Merlot e 40% Touriga Nacional. Estagiou durante 12 meses em barricas novas de carvalho francês. Pedro Pereira Gonçalves continua à frente da enologia da casa.
Mostra-nos uma cor escura, fechada. Aroma intenso e concentrado, onde aparecem notas florais e vegetais. Abre para algum chocolate preto e ligeira tosta. A fruta está lá, madura e elegante, com cerejas e framboesas. Saltam ainda do copo notas de pimenta preta e de baunilha. Boca bem encorpada e com uma boa acidez. A fruta está mais saliente que no aroma, onde é acompanhada de chocolate e baunilha sobre um fundo floral. Belo final, complexo e muito guloso, dominado pela fruta achocolatada.

Temos aqui um vinho extremamente bem feito. Podemos dizer que o seu perfil é um encontro entre fruta elegante, flores e notas mais adicicadas de especiarias e chocolate. Uma bela complexidade, estrutura forte, boa acidez alevam-no a um patamar alto. 17.
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Domingo, 24.01.10

Quinta da Murta / Paraíso às portas de Lisboa



Aproveitei uma tarde em que a chuva deu alguma trégua e combinei com o Hugo Mendes uma visita à Quinta da Murta, em Bucelas. Chegamos a Bucelas, no largo da igreja viramos à direita e seguimas para a serra. Pouco depois encontramos a Quinta da Murta. Ao espreitarmos cá de cima, sentimos logo a beleza estonteante e bucólica da quinta lá em baixo. Um pequeno aglomerado de casas rodeadas de vinha.



Quem diria que a poucos kilometros de Lisboa axistem cenários destes, onde encontramos uma calma única, ficamos em paz e em sintonia com a natureza. Para quem não está habituado, é um silêncio ensurdecedor.




Depois de um momento de reflexão, desperto e centro e minha atenção para o que me trouxe à Murta. As vinhas e os vinhos.


Como não podia deixar de ser, o Arinto domina o encepamento.É aqui o seu reino, onde se sente em casa. É contagioso ver a maneira como Hugo fala da casta, do terroir, de como ela resulta na Murta, o perfil que ele entende que ela deverá ter e também na companhia  de outras castas brancas, como Rabo de Ovelha e Esgana Cão, para complementar com volume e fruta, deficitários no Arinto.


Passámos à adega, à sala de operações onde tudo acontece. As uvas são recebidas e através de gravidade são vinificadas em cubas de inox com temperatura controlada e sempre baixa (a água que corre nas tubagens chega a atingir os 7º negativos.
Battonage em todos os vinhos brancos, para extraír o máximo das películas e acrescentar volume e também no rosé (feito com a Toriga Nacional da casa).
Como o Arinto á apanhado com menos ou com mais grau de maturação, consoante o tipo de vinho a que se destina, também na adega são finificados separadamente. Temos então vinhos base de espumante, mais acídulos e mais neutros de aromas, e as restantes, com mais tempo na vinha, que serão a base dos restantes vinhos. O Quinta da Murta apenas fica pelo inox e o Clássico é fermentado e estagiado em barricas de carvalho francês. Vinhos que têm uma frescura incrível, carácter seco. O Clássico com outra complexidade e estrutura, apto para durar em garrafa. Em relação ao rosé, também este se fica pelo inox. Provado da cuba, mostrou fruta delicada, não muito intensa mas uma grande aptidão gastronómica. Os tintos da casa também têm direito a estágio em barricas de carvalho e também, como é regra, são secos, pouco frutados e sem as flores exuberantes da Touriga Nacional.


Em jeito de conclusão, foi muito didáctico o tempo passado na Quinta da Murta. Percebi melhor o Arinto, as diferentes formas de vinifica-lo. Foi muito interessante provar base de espumante (nunca o tinha feito), as cubas de Arinto de 2009 e as várias experiências da casta em barricas de diferentes capacidades.
Contagiante a paixão que Hugo fala dos seus vinhos e defende o seu perfil seco e austero. Segundo ele, os vinhos são feitos para a mesa e é nela que eles devem resultar bem. Não serão ao gosto de todos, com certeza, passam ao lado de medalhas, com certeza, mas quem respeita e espera por estes vinhos, tem a merecida recompensa.
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Pulliteri Estates Icewine Vidal 2006


O Icewine, em alemão Eiswein, é um de vinho de sobremesa produzido a partir de uvas que foram congelados, enquanto ainda estão na vinha. Os açúcares e outros componentes sólidos dissolvidos não congelam, mas a água sim, permitindo um mosto mais concentrado e resultando numa menor quantidade de vinho, mais concentrado, muito doce. Com os Icewines, o congelamento ocorre antes da fermentação, não depois. Ao contrário das uvas de que outros vinhos de sobremesa, como os Sauternes, Tokay, etc,  as uvas de deste tipo de vinho não devem ser afetadas por Botrytis, pelo menos num grande grau. Apenas uvas saudáveis e mantidas em boa forma até que surja a oportunidade para uma colheita de vinho de gelo, que em casos extremos pode ocorrer após em Janeiro, no hemisfério norte. Isto dá ao Icewine  e sua doçura característica, equilibrada pela acidez elevada.

Mesa farta, grupo de amigos. Há melhor ocasião do que esta para abrirmos garrafas especiais? O repasto tinha de acabar em beleza e assim foi. Acabámos com um Icewine canadiano, de Niagara, Ontario, feito com a casta Vidal. Meio litro de vinho que soube a pouco, tamanha era a sua qualidade.
A sua cor era amarelo dourado e o aroma complexo, com notas de alperce, ananás, citrinos, mel, marmelada. A boca era fresquíssima e longa.

Foi imenso e unânime o prazer que este vinho deu. Complexo, com bom corpo e muito fresco. Encontra-se no El Corte Inglés por cerca de 28 euros. 17.
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Quinta-feira, 21.01.10

Niepoort Projectos Colheita Tardia 2003

Niepoort é dos meus produtores portugueses preferidos . A sua audácia e astúcia leva-o a fazer experiências, vinificações nunca feitas no nosso país, castas nunca antes vistas no Douro. É um prazer enorme ouvi-lo falar do que já fez e do que ainda pensa fazer.

A gama Projectos nasceu dessa vontade de inovar. Colheitas Tradias, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot feito à moda da Borgonha, várias parcerias com produtores e enólogos estrangeiros, de onde saem vinhos únicos, muitas vezes não percebidos, mas em dúvida muito personalizados.

Este vinho em prova é um Colheita Tardia de 2003, um vinho sem madeira, vinificado e estagiado em cubas de inox.
Tem uma cor amarelo vivo. Aroma com boa intensidade mas algo reduzido, com notas de vegetal cozido e pano molhado. Depois abre um pouco e passa a dar-nos noats de rebuçado de limão e ananás e ligeiro alperce. Fundo melado. Boca com corpo mediano e com boa acidez. Ligeira nota citrina, acompanhada de rebuçados, abacaxi maduro e mel. Final mediano e adicicado.

Não o conheci em novo, mas certamente já ultrapassou a sua melhor fase. O aroma é já algo pesado, sem mostrar grande complexidade. Na boca safa-se melhor, tem uma boa acidez que lhe transmite alguma graça. Pena, estava muito esperançado com este vinho. 14.
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Quarta-feira, 20.01.10

Concha Y Toro Late Harvest Reserva Privada Sauvignon Blanc 2006

A empresa foi fundada em 1883 por Melchor Santiago de Concha y Cerda e sua esposa Emiliana Subercaseaux. A aposta foi vinificar castas francesas, principalmente de Bordéus, como o Cabernet Sauvignon, Sauvignon Blanc, Semillon, Merlot e Carmenère. A aposta foi fazer vinhos de qualidade com castas conhecidas no mundo inteiro. Hoje, têm no seu portfólio alguns dos vinhos mais conhecidos no mundo que, apesar de serem considerados "novo mundo", já têm um longo historal. Vinhos como Dom Melchor, Casillero del Diablo, Marques de Casa e Amelia, são vinhos que estão em toda a parte, um autêntico caso de sucesso.
Uma das (boas) características destes vinhos é o preço. Existem na gama vinhos desde 2 euros até os 60 euros no caso do Dom Melchor, o topo de gama. Vinho com muita qualidade e com preços muito bons.

Tive a oportunidade de provar um dos vinhos da casa, o Late Harveste 2006, feito com Sauvignon Blanc. Tem um preço em Portugal a rondar os 7 euros.
Tem uma cor amarelo palha intenso. Aroma com boa intensidade, onde encontramos notas de mel, alperce e fruta tropical a lembrar maracujá. Boca com bom volume e boa acidez. Tal como no aroma, temos a fruta tropical e sabores melados. Final com bom comprimento e adocicado.

Gostei deste vinho. Um vinho que nos aparece com um preço bastante acessível, com qualidade, com boa estrutura, em que as notas doces são bem compensadas por uma acidez bem colocada. Ao nível de muitos bons LH que temos em Portugal, mas só que mais barato. 16.

PS: estou muito curioso para provar o Quinta do Portal LH, tá quase!
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Terça-feira, 19.01.10

Vinhos Quinta do Carmo / tintos

A história desta Quinta remonta ao final do séc. XVII. O rei D. João IV mandou construir a Quinta do Carmo para uma dama da sua corte. Desses tempos nada restou excepto, provavelmente, o vinho Quinta do Carmo e a Herdade das Carvalhas, de onde provinham os vinhos e onde continuam ainda hoje a ser produzidos.
A Quinta do Carmo está localizada na região do Alentejo, a poucos quilómetros da cidade de Estremoz. É uma propriedade tipicamente alentejana, com uma área total de 1.000 ha, onde estão incluídos 100 ha de oliveiras, cereais, plantações de sobreiros e florestas.
Após uma longa joint-venture com o prestigiado grupo Lafite Rothschild, a Bacalhôa Vinhos de Portugal adquiriu, em 2008, a totalidade da Quinta, que passou a ser o centro de vinificação e produção de todos os vinhos do Alentejo do grupo Bacalhôa.
A adega, de linhas modernas e atraentes, foi submetida a uma renovação considerável em termos tecnológicos e de técnica de produção de vinhos. Aqui produzem-se vinhos de elevada qualidade, como os famosos Quinta do Carmo branco e Quinta do Carmo Reserva, entre outros, os quais têm obtido um enorme sucesso não só em Portugal como em vários países. (texto retirado do site do produtor).

Tenho de admitir que conheço muito pouco os vinhos da Quinta do Carmo. Não sou daqueles previligiados que conheceram os famosos Garrafeira da casa dos anos 80 e 90. Foram e continuam a ser um dos produtores mais conhecidos e respeitados do Alentejo. Agora, com o forte aparecimentos de marcas novas, alguns destes nomes vão ficando para trás. Nomes como Quinta do Carmo, Cartuxa, Herdade dos Coelheiros, entre outros, estão a ser relegados para  segundo plano face ao crescente número de novidades que aparecem quase todos os dias.
Estas marcas tiveram de se modernizar fazendo vinhos ao gosto do consumidor, ou pelo menos algumas marcas do seu repertório, sob pena de serem engolidos pelo mercado. E estão a faze-lo muito bem, com vinhos modernos, mais fáceis, com um estilo mais internacional. Actualizaram-se mas mantiveram a alma, o espírito alentejano que lhes deu fama.

Após passar por várias mãos, a Quinta do Carmo pertence agora ao império de Joe Berardo, do grupo Bacalhoa. Mudaram-se os rótulos, modernizaram a adega em termos tecnológicos e de técnica de produção. Temos assim vinhos com outra roupagem, modernos e de peito aberto para enfrentar o mercado.


Provei 2 vinhos da Quinta do Carmo, o Dom Martinho, gama de entrada, e o Quinta do Carmo colheita, um vinho que se situa na gama premium, logo atrás do reserva, o topo de gama. Ambos tintos, ambos as colheitas mais recentes no mercado.

Dom Martinho tinto 2006

Feito com as castas Aragonêz, Alicante Bouschet, Trincadeira, Cabernet Sauvignon e Syrah. Um vinho que não passa pela madeira.
Tem uma cor granada com boa concentração. Aroma com boa intensidade, com muitas notas frutadas que nos lembra morangos e groselhas. Algum chocolate de leite e travo vegetal. A boca tem um bom corpo e uma acidez mediana. Confirma inteiramente o aroma, onde a fruta comanda os sabores. Final mediano e frutado.
É um vinho bem feito, um tanto directo, mas agradável. Abaixo dos 5 euros, é uma boa hipótese para o dia a dia. É um daqueles vinhos que o Alentejo é pródigo. 14,5.

Quinta do Carmo tinto 2005

Feito com Aragonês, Alicante Bouschet, Trincadeira, Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Syrah. Estagiou durante 12 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor granada intensa. Aroma intenso e cativante, com notas balsâmicas misturadas com fruta madura, compotada e algumas passas. Ameixas e cerejas estão bem acompanhadas de chocolate de leite e toque apimentado. Boca volumosa e com boa acidez. Os sabores remetem-nos para ambiente guloso da fruta compotada e para o chocolate de leite. Toque balsâmico e apimentado. Final longo e guloso.
Temos aqui um vinho bastante agradável, com boa complexidade, nitidamente com perfil alentejano, muito redondo, que dá muito prazer na prova. Eu gostei e acho mesmo que é difícil não gostar. 16,5.
publicado por allaboutwine às 13:04 | link do post | comentar
Segunda-feira, 18.01.10

CARM Reserva branco 2008

Depois de ter provado o  branco e o tinto da colheita de 2008, ambos muito bem feitos e com boa relação preço/qualidade, passei à prova dos reserva, aqui a começar pelo branco do mesmo ano.

Apresentado em garrafa borgonhesa, elegante, acompanha a nova imagem da casa. Estilo sóbrio, moderno e muito apelativo. Este branco foi feito com vinhas velhas do produtor. Temos então a Códega de Larinho, Viosinho e Rabigato. Estagiou 8 meses em barricas de carvalho francês, com direito a battonage.Tem uma cor amarelo vivo. Aroma com boa intensidade, onde se encontram notas abaunilhadas na companhia de algum vegetal e citrinos intensos, como limão. A fruta continua num pendor mais tropical, com manga e papaia. Fundo mineral e com alguma tosta. Boca encorpada e com uma bela acidez, deixando a boca a salivar. Fumo, mineral, baunilha e fruta (citrina e tropical). Final longo, com boa comlexidade e frescura.

Temos aqui um vinho com bastante qualidade, onde se nota bem a sua origem, com notas minerais abundantes bem conjugadas com a fruta e a madeira onde estagiou. Boa complexidade, fino, dá uma prova muito bem conseguida neste momento mas que não virará a cara a mais um tempo em garrafa. Um preço abaixo dos 10 euros. 17.
publicado por allaboutwine às 12:28 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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