Terça-feira, 26.05.09

Soalheiro 2008

Ora aí está ele! Um dos vinhos mais esperados pelos enófilos ano após ano. Um dos grande brancos portugueses.
Este produtor de Melgaço, cujas vinhas foram plantadas nos anos 70, tem nos maravilhado com os seus vinhos brancos, que têm uma consistência impressionante. São vinhos com fruta de qualidade, uma grande frescura, mineralidade e com uma capacidade de envelhecimento em garrafa incrível. Tenho-o seguido há uns anos até este 2008 que, segundo consta, foi um belo ano para o brancos portugueses.
Feito com a casta Alvarinho, uma das grandes castas brancas portuguesas, estagia em inox e ao sair da garrafa brinda-nos com uma cor amarela esverdeada. Aroma intenso e muito frutado. Estão lá os citrinos a lembrar limão e lima ao lado dos frutos dos trópicos, tipo maracujá e manga verde. Lado mais vegetal a lembrar rama de tomate. Fundo fumado, mineral. Boca encorpada e com uma excelente acidez. Muita fruta tropical e ligeiramente citrina, tal como o aroma. Final longo, frutado e fresco.
Aqui temos um Alvarinho na sua faceta mais frutada, mais tropical. Não tem a austeridade de outras colheitas, mas tem a frescura e corpo suficientes para durar uns bons tempos em garrafa. Muito bem na prova, apetece beber e beber mais. Belo branco. 17.
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Alabastro branco 2008

É mais uma das marcas da Aliança, proveniente da Quinta da Terrugem, em Borba. É a gama de entrada dos vinhos alentejanos do produtor e que frequentemente apresenta uma boa qualidade face o preço, tanto na versão branco como tinto. São daqueles vinhos para beber despreocupadamente e que não nos pesam muito na carteira, com mais destaque para os brancos, cada vez mais bem feitos e agradáveis.
Este branco, da colheita de 2008, foi feito com as castas Roupeiro e Antão Vaz, duas das castas mais usadas no Alentejo. Estagiou unicamente em inox.
Tem uma cor amarela esverdeada. Aroma de boa intensidade com alguns alimonados e notas de pêssego. Algum mineral. Boca de corpo mediano e muito boa acidez. Notas citrinas e minerais. Algum pêssego verde. Bom final, com frescura.
Temos aqui um vinho bem feito, com boa frescura e muito equilibrado. Mais uma boa opcção para este Verão, num preço mais que apelativo. 15.
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Sábado, 23.05.09

Couteiro-Mor Colheita Seleccionada tinto 2006

Não me canso de dizer que é um dos produtores alentejanos e mesmo a nivel nacional, com os vinhos de gama baixa/média com melhor qualidade.
Tudo começou em 1970, com a compra da Herdade do Menir, em Montemor. As uvas produzidas na herdade eram vendidas para Pegões e Borba. A partir de 1991, com uma parceria com o enólogo João Melicias, foi criada a marca Couteiro-Mor, numa altura em que o Alentejo estava-se a tornar numa região vinícola de referência. Além da marca Couteiro-Mor, foram criadas também a Dom Gabriel e o Vale de Ancho, o topo de gama da casa.
Este vinho em prova (agora com nova imagem) foi feito com as castas Aragonês, Trincadeira, Castelão e Alicante Bouschet e estagiou 4 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor rubi concentrada. Aroma com boa intensidade, com notas de fruta a lembrar framboesas e morangos ácidos. Ligeiro floral companhado de baunilha e ligeiro toque de café. Boca de corpo mediano e boa acidez. É frutada e com ligeiro floral. Bom final.
Mais um vinho deste produtor com uma qualidade muito boa. Não é muito complexo, mas é bastante agradável e dá uma bela prova. Perfeito para o dia a dia. 15,5.
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Quinta-feira, 21.05.09

Quinta da Alorna Touriga Nacional & Cabernet Sauvignon Reserva tinto 2007

A Quinta da Alorna, situada em plena lezíria ribatejana, em Almeirim, remonta ao século XVIII, cujo nome deve-se ao ao primeiro proprietário, D. Pedro de Almeida, Vice-Rei da Índia, a quem D. João V concedeu o título de I Marquês de Alorna por actos de bravura na tomada da praça forte de Alorna, na Índia. Almeirim era então conhecida pela qualidade da sua caça, muito frequentada por nobres e fidalgos, que aqui passavam tempos de lazer.
O Ribatejo é, desde sempre, uma região rica e apetecida, graças às férteis lezírias, ideais para a agricultura e criação de gado. Agora e com a enologia de Nuno Cancela de Abreu, e depois de uma grande aposta e restruturação de vinhas, a Quinta da Alorna é um dos ícons da agora região Tejo. Com vinhos muito bem feitos e a preços muito convidativos, principalmente os topos de gama, que são um autêntico chamariz à compra.
São vinhos que misturam as melhores castas nacionais com internacionais, como o Cabernet Sauvignon. O vinho em prova é um exemplo disso, a mistura do Cabernet com a nossa Touriga Nacional. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor escura, concentrada. Aroma intenso, com notas abaunilhadas e logo seguido de flores e chá. A fruta aparece na sua forma mais avermelhada, com morangos, groselhas e cerejas. Ligeiro toque vegetal. Boca com bom corpo e bela acidez. Temos uma mistura de baunilha, flores, especiarias como pimenta e morangos. Bom final, fresco e longo.
Um belo exemplo de como se consegue fazer um bom vinho com um preço baixo, à volta dos 6 euros. Muito bem feito, moderno no estilo e com alguns anos pela frente. Uma bela aposta. 16,5.
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Quarta-feira, 20.05.09

Paço dos Cunha de Santar Vinha do Contador branco 2006

O Paço dos Cunha de Santar, após ser reabilitado pela Dão Sul, ganhou nova vida. Antes, já se fazia vinho por estas bandas. Foi a partir daqui que se começou a falar a sério dos seus vinhos, com a colheita de 2004. Por curiosidade, esse vinho ainda se encontra no mercado, sem que alguma nova colheita o substitua. Depois sairam para o mercado os topos de gama da marca, os Vinha do Contador, em versão tinto e branco. Estas vinho logo se tornaram ícons da região do Dão, estando as suas colheitas entre os melhores. São vinhos de um novo Dão, vinhos com largo estágio em barrica, muito estruturados e de quem se espera longa vida em garrafa. A enologia está a cargo de Carlos Lucas, um dos enólogos portugueses com mais vinho no topo por todo o país.
O vinho em prova é o branco da colheita de 2006. Um vinho apresentado numa garrafa imponente e que custa cerca de 10 euros. Estagiou em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor amarelo vivo. Nariz intenso, com notas de fruta tropical a lembrar ananás e um pouco de banana. Esta está bem envolvida na tosta e ligeira baunilha. Encontramos depois notas especiadas a lembrar anís e cravinho. Fundo mineral. A boca é gorda e com uma bela acidez. A fruta encontra-se em pleno e bem envolvida com as notas de tosta e especiarias. Final longo e complexo.
Como esperava, este vinho vai na linha do 2005, um dos melhores vinhos brancos do Dão que provei. Um branco onde se nota a fruta em equilibrio com a madeira onde estagiou, não se notando o peso desta. Apesar de ser intenso e poderoso, não chega a ser pesado devido à frescura que tem. Perfeito para acompanhar um peixo no forno ou queijos tipo serra. 17.
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Sábado, 16.05.09

Herdade da Calada Block nº3 tinto 2005

Os vinhos deste produtor de Évora andaram desaparecidos durante um tempo. Altura em que a Herdade mudou de mãos e os vinhos levaram uma grande volta no visual dos rótulos e foram criadas novas marcas. Esta reestruturação chegou também à enologia, que passou para as mãos de Carsten Heinemeyer, que continuou a colocar os vinho da Herdade entre os melhores do Alentejo e num estilo muto internacional.
Até há pouco tempo, o topo de gama do produtor era o Baron de B Reserva, marca que ainda está existe, mas que agora tem a companhia do Block nº 3, um vinho de uma zona particular da vinha. É este vinho que aqui provamos, a primeira colheita desta marca.
Feito com as castas Syrah, Touriga Nacional e Alfrocheiro, estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês. Tem uma cor escura, concentrada. Começa com notas intensas de côco, bem acompanhadas por fruta a lembrar cerejas e morangos. Algum lácteo. A madeira transmitiu-lhe notas de chocolate, chão encerado. Ligeiro vegetal. Boca encorpada, uma acidez bem integrada. Muito frutada, com os toques balsâmicos que encontrámos no nariz e o chocolate preto. Final longo e muito guloso.
Um vinho potente, cheio de aromas e sabores gulosos, muito ao estilo Novo Mundo. Para quem gosta do estilo (eu gosto) é um deleite à prova. 17,5.
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Curva Reserva branco 2007

Cada vez mais as grandes casas de Vinho do Porto se viram para os vinhos de mesa. Com as condições naturais para os fazer e com a rentabilidade que daí vem, é um negócio em crescendo, passando até para primeiro plano dessas grandes casas, salvo muito poucas exceções, como a Taylor's. Temo que a entrada em força nos vinhos de mesa deixe para trás uma das nossas grandes jóias, o Vinho do Porto, e pelo qual nós ainda somos reconhecidos internacionalmente.
A Sogevinus Fine Wines, detentora das marcas (entre outras) Kopke, Burmester, Cálem e Barros, avançou com uma nova marca de vinhos de mesa. Detentora de algumas no mercado, tais como o Burmester, Tavedo e a mais recente Kopke, criou mais uma, o Curva. Na gama existem os Curva tinto e branco Colheita e os Reserva. Aquele que está em prova é o Reserva branco, da colheita de 2007.
De cor amarelo citrino, tem o aroma com bela intensidade. Notas muito citrinas a lembrar limão. Aparece também o alperce, juntamente com a bauilha. Fundo tostado e mineral. A boca tem bom volume e uma bela acidez. Continua com muitas notas citrinas e ligeiramente abaunilhada. Finla longo e muito fresco.
Um belo branco. Apanhei-o numa promoção a pouco mais de 5 euros e valeu bem a pena. Boa profundidade e complexidade, com uma acidez que lhe transmite grande frescura e lhe prolonga o palato. 16,5.
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Cor Dão 2007

É mais uma das marcas de Álvaro Castro. Mais um tinto de entrada de gama, que assim se junta ao Saes Colheita Exclusiva. Um vinho com uma imagem moderna e apontada a um público jovem, tem também um preço convidativo à compra.
É feito com as castas tradicionais do Dão e estagia em inox até ao engarrafamento.
Tem uma cor escura, jovem. Aroma frutado, a lembrar morangos e framboesas. Ligeira tosta sobre fundo de cariz floral. Boca de corpo mediano e fresca. É mais floral que o aroma e agora com um toque mais balsâmico a eucalipto. Final mediano e ligeiramente frutado.
Temos aqui um vinho simples, bem feito, onde a fruta assume o papel principal, mas onde se sentem algumas notas balsâmicas mais caracteristicas da região. Uma boa escolha para o dia a dia.
15.
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Quinta-feira, 14.05.09

Vinhas da Ira 2004

Um produtor do baixo Alentejo, muito perto de Beja, que passou de produtor de uvas para engarrafador de vinhos de marca própria em 2005. Henrique Uva, o proprietário e mentor do projecto, desde o início que quis fazer vinhos com boa relação entre a qualidade e preço, vinhos consistentes e que com um perfil que agradasse aos consumidores. Para isso chamou Pedro Hipólito, um enólogo experiente e muito ligado ao Alentejo, para fazer os seus vinhos.
Os cerca de 135h de vinha são maioritariamente compostas por uvas tintas, tendo mesmo cerca de 30h de vinha já com alguma idade, 30 anos, o que já pode ser considerado velho na região onde está inserido. As castas predominantes são a Trincadeira, Aragonês, Alfrocheiro, Castelão, Alicante Bouschet e mais recentemente o Cabernet Sauvignon, Merlot, Touriga Nacional e Syrah. Nas brancas apostou na tradicional Antão Vaz e mais recentemente, Arinto, Verdelho, Semillon, Alvarinho e Viognier. Como vemos, uma grande panóplia para o anólogo trabalhar.
Falta falar da adega, com cerca de 2.000 m2, é um projecto arrojado do arquitecto Vitor Vaz, que se enquadra bem na imensa planície, plena de modernidade e que responde plenamente aos diferentes estatutos dos vinho da Herdade.
Aqui provamos o topo de gama da casa. Um vinho feito de vinhas velhas de Alfrocheiro, que estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor escura, concentrada. Nariz intenso. Notas de fruta madura a lembrar cerejas, ameixas, amoras, alguma compota. Chocolate preto, café em grão. Ligeiro toque de frutos secos. Boca gorda e com uma bela acidez. É muito frutada, com toque florais e de café um grão. Final comprido e guloso.
Um vinho feito com uma casta que não se vê muito em terras alentejanas, o Alfrocheiro. O vinho, que tem assumidamente um perfil alentejano e sulista, acaba por ser elegante e nada pesado. Apesar de ter alguns anos pela frente, pode ser bebido nesta altura, em que está na plenitude da sua força e juventude. Eu gostei. 17.
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Segunda-feira, 11.05.09

Muralhas 2008

É um dos vinhos que sigo todos os anos, uma das boas relações entre o preço e a qualidade. Um vinho de Verão, perfeito para os petiscos mais leves e também como aperitivo. Um vinho fácil de encontrar na restauração e provavelmente um dos mais vendidos.
Esta colheita de 2008 tem as castas Alvarinho e Trajadura, que foram vinificadas e estagiadas em inox. Apresenta uma cor amarelo pálido. Aroma de média intensidade e frutado a lembrar pera e leve maça e notas mais citrinas como limão e casca de tangerina. Boca de médio porte e com boa frescura. Tal como o aroma, tem fruta de polpa branca e agora um leve tropical a lembrar ananás. Bom final, com fruta e frescura.
Um perfil a que nos tem habituado, com boa fruta e com frescura. Não é complexo, mas também não é esse o seu propósito, mas sim agradar a um grande número de consumidores a uma preço mais que justo. Uma escolha normal. 15.
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