Todas as razões são boas para festejar, mas umas são melhores que outras. São momentos em que não nos importamos de abrir as nossas melhores garrafas e partilhamo-las com os nossos mais queridos. Foi assim quando tive a notícia de que ia ser pai, aquando do seu nascimento e aniversários. Nestas alturas a prova atenta dos vinhos é impossivel, mas por outro lado são momentos únicos, momentos de saborear e partilhar esses grandes vinhos, de ter e dar prazer.
Foi o que aconteceu recentemente ao ter a notícia de que vou ser tio. Foi com o meu irmão que celebrei a noticia da minha paternidade e na altura lembro-me muito bem do vinho que bebemos, um Chryseia 2000. Um dos melhores vinhos da minha vida. Agora, para esta celebração, escolhi um Tapada Coelheiros Garrafeira 2001 e um Quinta do Vallado Reserva 2003.
Estava um pouco apreensivo em relação ao Coelheiros, mas mostrou-se um grande vinho, numa excelente fase, muito complexo, com a fruta ainda bem presente. Está numa fase de transição e a ganhar aromas terciários como fruta em passa, cera, muitas especiarias. Longo e fresco na boca. É um grande vinho.
O Vallado Reserva foi bebido a seguir. Apresentou-se muito diferente desde que o tinha provado aquando a sua saída, num perfil mais austero, mais fechado, sem a fruta e vigor da juventude. Mas é um belo vinho, especiado, mineral e com fruta espessa. Talvez não o tenha apanhado numa boa fase, mas certamente que irá dar muitas alegrias lá mais para a frente.
E assim preparamo-nos para mais uma fase da nossa vida, onde importa deixar descendentes mas que acima de tudo importa deixa-los bem e de preferência com bons vinho, tais como estes.