Sexta-feira, 30.01.09

Valle Pradinhos Reserva 2004

Penso ser este o primeiro reserva da produtora. Desde cedo apostou na diferença ao plantar Cabernet Sauvignon em pleno vale do Douro, em altitude. Já os colheita são excelentes vinhos, com muita qualidade e com capacidade de evolução em garrafa. São vinhos sob batuta conhecedora de Rui Cunha em mais uma das muitas incursões em terras durienses.
O vinho em prova é um blend de Cabernet Sauvignon e Tinta Amarela e estagia em barricas de carvalho francês. Sai da garrafa com uma cor muito escura, quase opaca. O aroma é intenso e profundo. Nota-se a fruta madura a lembrar ameixas e mirtilos. Evolui para notas mais quimicas como verniz e acetona. Algum balsâmico a chão encerado. Depois aparece um lado mais vegetal a lembrar pimentos e acaba com chocolate preto amargo e café em grão. Fundo mineral. Boca gorda e com muito boa acidez. Profunda, espacial, com a fruta bem ladeada com os quimicos, chocolate e notas mais terrosas. Final longo e complexo.
Temos aqui um grande vinho, intenso, complexo, potente mas ao mesmo tempo elegante. Começa fechado, sem mostrar quase nada. Com o tempo no copo, brinda-nos com todo o seu potêncial e vontade de mostrar que é grande. Uma aposta mais que certa com um preço mais que justo, abaixo dos 30 euros. 17,5.
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Terça-feira, 27.01.09

Aragonês de São Miguel dos Descobridores 2005

O Aragonês, Tinta Roriz no centro e norte de Portugal, é uma das melhores castas portuguesas, e uma das que mais aprecio. Geralmente entra em lote com outras, faz grande parceria com a Trincadeira no Alentejo e com as muitas outras no Douro, apesar de haver alguns vinhos onde entra sozinha, os chamados monovarietais. Em Espanha, por exemplo, muitos dos seus grandes vinhos são feitos unicamente por Tempanillo, ou seja, o Aragonês em terras andaluzes.
Este exemplar da Herdade de São Miguel, no Redondo, é um bom exemplo do que a casta pode dar sozinha em terras alentejanas. A colheita em prova é a de 2005, penso que a única a ser feita até agora. 25% das uvas estagiam em barrica durante 3 meses e o resto em inox. Tem uma cor rubi escuro. Aroma com boa intensidade a frutos vermelhos a lembrar framboesas, ginjas, morangos. A fruta está envolvida em leves tostados e curiosas notas balsâmicas de eucalipto. Boca com bom volume, tal como a acidez. Os sabores são tostados, onde a fruta aparece mais sóbria, agora com apontamentos de chocolate. Final longo com boa frescura.
Temos aqui um vinho bastante equilibrado, com bela frescura, geralmente não muito fácil de acontecer com a casta, onde a fruta não se apresenta nada pesada e enjoativa. É vendido a menos de 7 euros, sendo uma bela aposta para quem gosta desta bela casta. Eu gostei. 16.
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Quinta-feira, 22.01.09

Cono Sur Sauvignon Blanc 2008

Mais uma incursão nos vinhos chilenos e uma vez mais no produtor Cono Sur. Desta vez, depois do Chardonnay e do Pinot Noir, o Sauvignon Blanc. Uma casta de origem francesa, mas uma das mais usadas no chamado novo mundo. Quem não conhece os fantásticos brancos da Nova Zelândia, com uma intensidade e frescura impressionantes. Quis experimentar a versão chilena e apostei num vinho com um bom preço, 7€, e com uma imagem bem agradável.
Tem uma cor amarelo esverdeado. O aroma é bem intenso, com muitas notas de fruta dos trópicos como ananás, abacaxi e maracujá. Notas vegetais a lembrar rama de tomate e espargos brancos. A boca é de médio porte e muito fresca. Mantém o que encontrámos no nariz. Muita fruta tropical e o vegetal. Final longo e cheio de frescura.
Temos aqui um Sauvignon de boa qualidade, com um estilo novo mundo prenunciado mas um pouco aquém dos seus congéneres neo zelandezes. Dá uma boa prova com o seu estilo muito frutado e com bela acidez. A conhecer. 15,5
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Terça-feira, 13.01.09

Capoeira 2006

Estão a ver aquelas ofertas de natal, aquelas ofertas de empresas que nem eu sei onde foram descobri-las? Pois é, fui brindado com uma dessas. O vinho em causa nem consta no site do produtor, o Casal Branco, um dos nomes grandes da (agora) região Tejo. Mas como todos os vinhos são merecedores de prova e como também poderia ter uma surpresa, arrisquei numa prova atenta e descomplexada. O contra-rótulo não diz a composição das castas, mas adivinha-se uma grande fatia de Cabernet. O vinho cai no copo com uma cor rubi de concentação média/alta. Aroma com boa intensidade, com muitas notas vegetais a lembrar pimentos e mais pimentos, a par de fruta a lembrar ameixas. Ligeiro chocolate preto. Boca de volume mediano, a cair para o delgado e com acidez média. Algo confusa os sabores, onde continua com as notas de pimentos e um pouco de fruta. Final algo curto.
Não sei se tem mesmo muito Cabernet ou terá algum defeito, mas que os pimentos chateiam, chateiam. Quase me tira a vontade de continuar. É directo, não tem muito para dizer. Será certamente uma gama baixa do produtor. 13,5.
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Quinta dos Carvalhais Reserva 2002

A Quinta dos Carvalhais é o ex libris da Sogrape na região do Dão. A partir dela e sob enologia de Manuel Vieira, saem os vinhos tintos Grão Vasco, Duque de Viseu, Quinta dos Carvalhais (colheita e alguns monovarietais), Quinta dos Carvalhais Reserva e o Único (topo de gama da casa) e os brancos colheita e Encruzado. Até há pouco tempo o Reserva era o topo de gama, só lançado em anos de exepção. Ao contrário da moda, é um vinho que é lançado após longo estágio em garrafa (no mercado, está o 2002). São, por norma, vinhos muito elegantes, vinhos frutados e que evoluem muito bem em garrafa.
Nos últimos anos tenho acompanhado os colheita e os reserva, vinhos dos quais gosto muito. São vinhos de peito aberto, que mostram o melhor da região.
Este Reserva 2002 tem as castas Touriga Nacional e Tinta Roriz, duas das principais castas da região. Estagia 12 meses em barricas novas de carvalho francês e 4/5 anos em garrafa.
Presenta-nos com uma cor vermelho escuro. Aroma de média intensidade, com notas frutadas de morangos em calda, cerejas, ameixas em calda. Flores e notas balsâmicas de resinas de pinheiro e eucalipto. Grãos de café e chocolate "aftereight". Boca de médio porte com bela acidez, muito bem integrada. Notas achocolatadas e abaunilhadas envolvidas e fruta vermelha e ligeiro balsâmico. Belo final, muito elegante e equilibrado.
Era o que eu esperava do vinho. Um tinto muito elegante, equilibrado, com um perfil típico do Dão. Tem pernas para durar mais uns tempos em garrafa. 17.
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Domingo, 11.01.09

Grão Vasco 2006

Depois do Douro, aqui temos a versão sulista do Grão Vasco, o alentejano. Com o mesmo preço de mercado, abaixo dos 3€, tem como castas o Alicante Bouschet, o Aragonês e a Trincadeira. Como estamos a ver, as três principais castas do Alentejo. Estagia unicamente em inox e sai da garrafa com uma cor rubi de concentração média/alta. Aroma de média intensidade, com notas de fruta vermelha madura como framboesas e morangos envolvidos em especiarias a lembrar pimenta. Boca de corpo mediano, acidez bem integrada, taninos redondos. Sabor a fruta vermelha com toques lácteos a lembrar iogurte de fruta. Final mediano, com alguma fruta.
Está um pouco abaixo do seu irmão duriense. Perfil típico alentejano, sem ser demasiado doce. O nariz é melhor que a boca, que se apresenta algo unidirecional e parca de sabores. Não custa nada experimentar. 14,5.
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Casal Figueira 2007

É triste quando os projectos acabam, ainda mais quando são bons projectos. É o caso do Casal Figeira, um produtor da Estremadura do sítio de A-dos-Cunhados. No ano passado, tivemos a triste notícia que iria acabar com a marca, pelos menos com estas características e neste local. É pena, dado que tinha vinhos bem interessantes, especialmente brancos elaborados com castas francesas como Marsanne, Roussane e Petit Manseng. Dalí saíram vinhos muito com personalidade muito vincada e diferente de tudo o que existe em Portugal. Bem hajam!
O vinho em prova é o branco da colheita de 2007, penso que a última a ser feita. Com uma graduação de 12,5% e a um preço de marcado abaixo dos 5€. Apresenta uma cor amarela citrina intensa. Aroma de média intensidade, com muita fruta madura a lembrar pêras, maças, alperce. Toques melados e algum chá. Ligeiro chocolate branco. A boca tem bom volume, acidez parca. Sabores de maça assada, alperce, ameixas maduras. Final mediano e algo plano.
Pode-se dizer que é um vinho fora do comum, um vinho algo pesado onde, na minha opinião, falta frescura para subir alguns patamares. Não vai ao encontro do meu gosto. Valeu pela curiosidade. 14,5.
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Quinta de Macedos 2001


Às vezes não se arrependem de abrir uma garrafa num determinado momento? Já me aconteceu várias vezes e esta foi uma delas. Então quando temos só uma, é um desalento. Este vinho deveria ter descansado mais um pouco, mas é dificil saber o momento óptimo, não é?
A Quinta de Macedos foi comprada por Paul Reynolds, nome muito conhecido no panorama vínico português, em 1998. A primeira vindima acontece me 2000, apartir das vinhas velhas originais. Resistiram à tentação da replantação das vinhas e mantiveram-nas tal como as encontraram. Portanto, falamos de vinhas muito velhas.
A referência Quinta de Quinta de Macedos é o topo de gama da empresa. Abaixo dela temos o Lagar de Macedos e ainda o Pinga do Torto. O vinho em prova é a colheita de 2001, segunda da vida deste vinho. Essencialmente feito com Touriga Franca, estagia 20 meses em barricas novas de carvalho francês Allier. Apresenta-se com uma cor muito escura. Aroma muito concentrado e profundo. Só ao fim de algum tempo começa a mostrar aromas a flores de esteva e violetas, envolvidas em mineral de xisto. A fruta aparece após algum tempo a lembrar ameixas, ginja, cerejas. Boca muito encorpada, muito boa acidez, taninos gordos com alguma secura. Permanecem as notas florais a esteva e violetas, acompanhadas de chocolate e de fruta. Tudo sobre fundo mineral. Final muito longo e complexo.
Quase que apetece pedir desculpa ao vinho por acorda-lo tão cedo. Merecia mais algum tempo de descanço. Tem ainda muito para revelar. Intenso, complexo e elegante. Belo vinho. 18.
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Sábado, 03.01.09

Quinta da Vedejosa 2005

Mais um produtor duriense que provo pela primeira vez. São tantas as referência novas que é complicado acompanhar o ritmo.
A Quinta da Vedejosa fica em Vale Mendiz, berço de belos vinhos durienses. Este tinto é feito com Touriga Nacional e Tinta Roriz. e estagia unicamente em inox durante 24 meses. Brinda-nos com uma cor rubi bem concentrada. Aroma com boa intensidade com notas de frutos vermelhos com lembranças de framboesas e também ameixas e amoras. A fruta está envolvida em flores e ligeiro mineral. Boca com bom volume, bela acidez e taninos redondos. Tal como o nariz, os sabores são frutados e também estão envolvidos em flores. Final longo e saboroso.
Um bom vinho do Douro, bem feito e que dá uma bela prova. Está com tudo no sítio e com uma boa dose de elegância. Uma boa aposta. 16.
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Grão Vasco 2006

Fruto de uma política da Sogrape, a refrência Grão Vasco deixou de ser exclusiva do Dão e passou a correr as duas principais regiões vinhateiras do país, o Douro e o Alentejo. Pode-se descutir a perda de identidade dos vinhos mas quem é que pode travar a globalização, a transvessalidade das marcas dos grandes produtores pelas principais regiões? A Sogrape é apenas um dos que fazem isto. Este Grão Vasco é proveniente das vinhas do produtor na região do Douro e é feito com um blend de Tinta Roriz, Touriga Franca e Touriga Nacional e estagia em inox para deixar a fruta falar mais alto e que pretende ser um espelho do ano. Tem uma cor rubi de média concentração. O aroma é de intensidade mediana onde se nota a fruta vermelha a lembrar morangos e framboesas. Notas balsâmicas a lembrar eucalipto e especiarias como pimenta. Boca de corpo mediano, boa acidez e taninos redondos. Apresenta-se muito frutada com a fruta vermelha envolvida em chocolate de leite. Bom final, equilibrado.
Temos aqui um vinho que dá ma prova fácil, mas também foi feito para isso. Com um preço abaixo dos 3€, é uma boa aposta para o dia a dia. Não custa nada experimentar. 15.
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