Quinta-feira, 25.03.10

Tapada dos Monges branco 2009


Temos aqui em prova um branco de 2009 da região dos Vinhos Verdes. Tive algum receio da tremenda juventude do vinho, das notas de sulfuroso e da agulha que nos fere a boca.

Devo dizer que foi uma agradável surpresa quando provei este vinho. Um vinho com uma cor citrina, cristalina e com um aroma com muito boa intensidade, onde encontramos fruta tropical (ananás em calda e ligeiro maracujá) e muita maça. As notas florais também aparecem, a par de algum vegetal. A boca, aquilo que mais me preocupava, estava intensa, muito fresca e com ligeira agulha, nada que causasse transtorno. Muito frutada, com nuances florais e vegetais. O final é longo e com grande frescura.

Um vinho que foi feito com as castas Loureiro, Pedernã e Trajadura. Foi vinificado e teve estágio em cubas de inox. Nota-se bem que é um vinho bem acima da mediania, muito bem feito, muito vivo, com muito nervo. É um vinho que, dada a acidez que tem, é para ser bebido à mesa, com comida por perto. Bebido daqui a uns meses vai estar ainda melhor. Uma escolha certa nos verdes. 15,5.
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Quinta-feira, 18.03.10

Soalheiro Alvarinho Reserva branco 2007


Aproveitei uma data importante para abrir este vinho que, por feliz coincidência, abrangeu dois aniversários, o meu e o do João Carvalho, festejados em Vila Viçosa. Depois de abrirmos alguns brancos, chegou a vez deste Alvarinho que tanto deliciou a nossa crítica especializada. Lembro que foi prémio de excelência da Revista de Vinhos desta ano. 
A colheita de 2006 (também provada nessa noite) já tinha prometido, tornando assim as expectativas muito altas para este 2007.

As uvas foram tratadas com todo o cuidado, apanhadas à mão para caixas de pequena capacidade e depois prensadas durante 48 horas. Após a prensagem, fermentou e estagiou em barricas de carvalho francês (novas e de segundo ano) em contacto com as borras e com batonnage.
Tem uma cor amarela intensa.
Aroma de média intensidade mas profundo, com notas minerais e fumadas entre fruta citrina (limão e casca de laranja) e alguma tropical (abacaxi). As especiarias como baunilha e cânfora embelezam o conjunto.
Boca cheia e com grande frescura. Marcada pelas notas minerais e citrinos, num conjunto potente e com longo final e especiado.

Temos aqui um grande vinho, encorpado, fresco e muito fino. Esta austeridade na juventude só lhe fica bem, prometendo assim um futuro risonho. No fundo, mais um grande vinho da quinta de João Cerdeira.
Os vinhos deste produtor já são um caso muito sério, encontrando-se no melhor que Portugal faz no que toca a brancos. Nós constatamos a qualidade colheita após colheita, com preços que não assustam ninguém e por isso agradecemos. 17,5.
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Terça-feira, 09.03.10

Azul Portugal Escolha (Vinhos Verdes) branco 2008

Continuo agora a prova dos vinhos Azul Portugal, de onde vem este branco da Região dos Vinhos Verdes. Chega-nos pela mão de Anselmo Mendes, cuja enologia também é feita por ele.
Feito com as uvas Arinto e Trajadura, teve tratamento em cubas de inox, onde também estagiou.

O vinho mostra uma cor bem citrina, brilhante.
Aroma com boa intensidade, e onde se nota logo a frescuta de aromas característicos da região. Muitos citinos, principalmente limão, vegetal, com lembranças de relva acabada de ser cortada, minerais frescos e com um toque floral.
A boca é de corpo mediano e tem uma bela acidez. Confirma inteiramente o aroma, com uma mistura de citrinos, vegetal, mineral e flores. Final longo sustentado na acidez.

Um bom vinho branco, com um grande frescura, desde o aroma ao fim de boca. Um vinho que, apesar de ser muito jovem, está perfeito para ser bebido neste momento, principalmente com entradas e mariscos cozidos. É um vinho típico (bem feito) da região e um caso de sucesso, já que a produção está toda vendida. 15.
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Sexta-feira, 06.11.09

Soalheiro Alvarinho Primeiras Vinhas branco 2008

Muito se falou e fala deste vinho. Depois da estreia com a colheita de 2006 e com o excelente 2007, quase que estávamos em suspenso à espera da nova colheita.
A marca Soalheiro é um dos melhores brancos da região dos Vinhos Verdes e mesmo de Portugal. São brancos que não facilitam, antes mostram o lado mais austero do Alvarinho, onde a fruta não reina, mas sim a mineralidade e as notas mais vegetais. São vinhos que aguentam bem em cave e que são um deleite para qualquer enófilo que se preze.
Em 2006, em parceria com Dirk Niepoort, é lançado pela primeira vez o Primeiras Vinhas. Como diz o nome, é um vinho feito com as primeiras castas de Alvarinho plantadas pelo produtor. Um vinho que não passa por madeira e que procura transmitir todo o potencial da casta.
Tem uma cor amarelo citrino.
Aroma fino e intenso. Nota-se uma grande austeridade, onde aparecem citrinos com lima e limão, muitos minerais, pedregoso, fumados.
Boca com bom volume e uma excelente acidez. Continua com as notas citrinas, agora acompanhadas de ananás e muito mineral. Final longo e muito fresco.
Não é um vinho fácil. Ao contrário do 2007 que, apesar da austeridade que tinha, conseguia transmitir a intensidade e a fruta típica do Alvarinho, este 2008 é muito fechado, muito austero, onde somente sentimos o seu lado mais sisudo. Temos aqui um vinho com um longo futuro pela frente, com muita qualidade, mas que neste momento, está uns furos abaixo do 2007. Talvez seja unicamente uma questão de gosto. 17.
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publicado por allaboutwine às 13:54 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 30.07.09

Deu la Deu Alvarinho branco 2008

Escolhi um Alvarinho para passar um fim de tarde no Algarve. Um vinho que tenho acompanhado colheita a colheita, um vinho que normalmente tem bastante qualidade e um preço bem apelativo, 5/6 euros. Mais um bom produto da Adega de Monção que, segundo o produtor, é um dos vinhos mais vendidos da Adega.
Apelidado localmente o vinho do paraíso, tem por parte do produtor todos os cuidados. As uvas são seleccionadas à porta da Adega e após vinificação e estágio em inox, é engarrafado o vinho com posterior estágio em garrafa.
Tem uma cor amarelo citrino. Notas intensas de citinos a lembrar limão. Passa para outro tipo de fruta, com notas de maça, melão, pêra e alguma tropical, como manga e maracujá. Flores brancas a completar o ramalhete. Boca de bom corpo e uma bela acidez. Muita fruta, citrina e tropical. O final de boca é longo e muito fresco.
Comprei-o numa promoção (como eu gosto delas!) no Pingo Doce por menos de 4 euros. Com um preço destes, foi quase obrigação. Normalmente anda nos 5/6 euros, o que não deixa de ser uma boa compra. Um vinho que faz jus à casta. Preveligia o lado mais frutado, mais tropical em detrimento da mineralidade e austeridade. Muito bem feito e prontissimo a ser bebido.16.
publicado por allaboutwine às 11:21 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 21.06.09

Allo Dócil branco 2008

Uma novidade das terras minhotas da parceria entre José António Cerdeira e Dirk Niepoort. Depois de nos brindarem com o Soalheiro Primeiras Vinhas, agora apresentam-nos um branco dócil, um branco mais leve, com ligeiro açucar residual e com um grau alcoólico de 10,5. Precisamos deste tipo de iniciativas, de espíritos inovadores e de produtos novos com qualidade. Estes dois protagonistas não enganam.
Muito oportuna a altura do seu lançamento, num pico de calor, onde este vinho é rei.
Um vinho com uma imagem muito apelativa, jovem, fresca, que sai para o mercado com um preço um pouco acima dos 6 euros.
Cor amarela esverdeada. Aroma de média intensidade com notas vegetais bem integradas com a fruta do tipo pêra, meloa e alguns citrinos. Ligeiro floral.
Boca de médio corpo, com uma bela acidez e ligeira doçura. Continua com as notas que encontrámos no aroma, limão, pêra e o lado mais vegetal. Final longo, com boa complexidade e ligeira doçura.
Uma autêntica surpresa. Um vinho que tem as características dos Soalheiro mas com um perfil mais delicado e podemos dizer, feminino. Uma estreia auspiciosa, que será difícil desagradar a quem quer que seja. Bebe-se muito bem sem acompanhamento ou como parceiro de comida oriental ou umas simples saladas. Sou fã. 16,5.
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Terça-feira, 26.05.09

Soalheiro 2008

Ora aí está ele! Um dos vinhos mais esperados pelos enófilos ano após ano. Um dos grande brancos portugueses.
Este produtor de Melgaço, cujas vinhas foram plantadas nos anos 70, tem nos maravilhado com os seus vinhos brancos, que têm uma consistência impressionante. São vinhos com fruta de qualidade, uma grande frescura, mineralidade e com uma capacidade de envelhecimento em garrafa incrível. Tenho-o seguido há uns anos até este 2008 que, segundo consta, foi um belo ano para o brancos portugueses.
Feito com a casta Alvarinho, uma das grandes castas brancas portuguesas, estagia em inox e ao sair da garrafa brinda-nos com uma cor amarela esverdeada. Aroma intenso e muito frutado. Estão lá os citrinos a lembrar limão e lima ao lado dos frutos dos trópicos, tipo maracujá e manga verde. Lado mais vegetal a lembrar rama de tomate. Fundo fumado, mineral. Boca encorpada e com uma excelente acidez. Muita fruta tropical e ligeiramente citrina, tal como o aroma. Final longo, frutado e fresco.
Aqui temos um Alvarinho na sua faceta mais frutada, mais tropical. Não tem a austeridade de outras colheitas, mas tem a frescura e corpo suficientes para durar uns bons tempos em garrafa. Muito bem na prova, apetece beber e beber mais. Belo branco. 17.
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Segunda-feira, 11.05.09

Muralhas 2008

É um dos vinhos que sigo todos os anos, uma das boas relações entre o preço e a qualidade. Um vinho de Verão, perfeito para os petiscos mais leves e também como aperitivo. Um vinho fácil de encontrar na restauração e provavelmente um dos mais vendidos.
Esta colheita de 2008 tem as castas Alvarinho e Trajadura, que foram vinificadas e estagiadas em inox. Apresenta uma cor amarelo pálido. Aroma de média intensidade e frutado a lembrar pera e leve maça e notas mais citrinas como limão e casca de tangerina. Boca de médio porte e com boa frescura. Tal como o aroma, tem fruta de polpa branca e agora um leve tropical a lembrar ananás. Bom final, com fruta e frescura.
Um perfil a que nos tem habituado, com boa fruta e com frescura. Não é complexo, mas também não é esse o seu propósito, mas sim agradar a um grande número de consumidores a uma preço mais que justo. Uma escolha normal. 15.
publicado por allaboutwine às 13:32 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 26.04.09

Anselmo Mendes Alvarinho Curtimenta 2005

Anselmo Mendes é, na minha opinião, um dos grandes nomes, se não o maior, da região dos vinhos verdes, mais precisamente quando falamos de Alvarinho.
Após vários anos a brindar-nos com com belos brancos a também com com algumas investidas muito bem sucedidas em outras regiões, com a colheita de 2005 faz um vinho que pelas sua próprias palavras, é um Alvarinho "à moda antiga" que fermenta parcialmente com as películas (curtimenta) e estagia durante 9 meses em barricas usadas. É feito em memória dos sabores antigos.
Provado quase 4 anos após a colheita, sai da garrafa com uma cor amarela intensa, quase dourada. Aroma intenso e extremamente complexo. Encontramos notas de tosta em fundo mineral. Caramelo, chocolate branco. A fruta aparece a lembrar uvas em passa, maça assada e ananás muito maduro, compotado. Tem uma boa dose especiada, a lembrar cravinho. Boca muito gorda, mas com uma bela acidez a compensar tamanha estrutura. Final longuíssimo e complexo.
É o primeiro Alvarinho que provo com estas características, um vinho poderoso e feito para durar. É, na minha opinião, um dos grandes brancos portugueses e a prova que esta casta é uma das grandes castas mundiais, capazes de originar vinhos de excelência, e temos aqui a prova, neste exemplar. 18.
publicado por allaboutwine às 12:52 | link do post | comentar
Domingo, 21.09.08

Muralhas de Monção 2007

Castas: Alvarinho e Trajadura.
Estágio: Inox.
Enologia: Fernando Moura.
Preço: 3,75€.
Vol: 12,5%.
Côr amarelo pálido.
Aroma de média intensidade e fortemente marcado pela fruta citrina, que lembra limão e lima. Temos também um leve vegetal.
Boca de médio volume e com boa acidez. Tem forte presença de fruta citrina e leve vegetal.
Bom final, com alguma frescura.
Mantém a qualidade que nos habituou ao longo dos anos. Sempre uma escolha certa. Frutado, com boa frescura e muito agradável. Só por curiosidade, já vi no mercado um Alvarinho desta adega, estagiado em madeira. Uma curiosidade a acompanhar, seguramente. 15.
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