Quinta-feira, 17.12.09

Quinta de São João Touriga Nacional tinto 2000

Por vezes, nas provas entre amigos, apercebemos-nos que temos passado ao lado de vinhos de qualidade elevada. São apresentados ao lado de nomes mais conceituados e não lhe ficam atrás.
Recentemente, numa prova com vários vinhos, chegou a vez de um vinho ribatejano, de um Touriga Nacional com quase 10 anos de idade. Torci o nariz, quase como afirmando a minha ignorância. Percebi que estávamos perante um vinho que impõe respeito, um vinho muito apreciado por quem o conhece, e não são assim tão poucos...!
A Quinta de São João pertence ao projecto Pinhal da Torre, produtor ribatejano e principalmente conhecido pelos seus vinhos Quinta do Alqueve. Na Quinta de São João é concentrada toda a produção de vinhos numa adega histórica que, construída em 1947, é referência em toda a região.
Propriedade da família Saturnino Cunha, o projecto Pinhal da Torre é referência de qualidade em terras ribatejanas há várias gerações.
Elegendo preferencialmente as castas portuguesas como a Touriga Nacional, a Tinta Roriz, a Touriga Franca, a Trincadeira, a Castelão, a Arinto e a Fernão Pires, que combinam com castas estrangeiras distintas, como a Syrah, a Cabernet Sauvignon, a Cabernet Franc e o Merlot.
Este vinho em prova, o Quinta de São João Touriga Nacional 2000, um grande ano por todo o país, é um vinho da "velha guarda" do produtor. É um monovarietal que se apresenta com fato de gala passados quase 10 anos, como iremos ver na prova. Estagiou em barricas de carvalho francês e americano durante 10 meses. Vamos então à prova.
Cor granada escura com borda ligeiramente acastanhada.
Aroma com boa intensidade, com muitas notas balsâmicas, de caruma, eucalipto, chá preto. A fruta aparece compotada mas nada pesada, na companhia de notas de café e de cacau.
Boca encorpada e com boa acidez. A fruta compotada está muito bem envolvida com sabores mais balsâmicos, cacau guloso e alguma café. Final longo e complexo.
Foi uma descoberta de uma belo vinho português. Um Touriga Nacional com grande estilo, com notas evoluídas mas nada cansadas. Está numa bela fase, com tudo bem envolvido e onde nada sobressai. São vinhos destes que nos fazem pensar que não é preciso gastar rios de dinheiro para termos um néctar de grande qualidade, em que os anos que passaram por ele, só o dignificaram. Não merece menos que um 17.
publicado por allaboutwine às 11:21 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 15.11.09

Magusto com Alorna Abafado 5 anos


O vinho abafado é quando a fermentação do mosto é interrompida com aguardente, tornando o vinho doce e com teor alcoólico elevado.
Chegou a época das castanhas e nada melhor que um licoroso como este para acompanhar tal tradição. Um vinho que nos chega da Quinta de Alorna, um abafado que me fez sorrir.
Feito com uvas brancas tradicionais da região, é adicionada aguardente. Após estágio de 5 anos em barricas é engarrafado.
Tem uma cor âmbar.
Aroma intenso com muitas notas meladas e de frutos secos a lembrar figos, amêndoas e avelãs.
Boca gorda e com boa acidez. Confirma inteiramente o aroma. Encontramos sabores a mel e frutos secos. Final longo e saboroso
Temos aqui um vinho bem agradável, que acompanhou muito bem as castanhas assadas, mas que servirá perfeitamente como aperitivo ou para acompanhar doçaria variada. Uma boa aposta para o dia a dia. Cerca de 5 euros. 15,5.
publicado por allaboutwine às 13:30 | link do post | comentar
Sexta-feira, 05.06.09

Quinta da Alorna Reserva Arinto & Chardonnay branco 2008

Depois de não há muito tempo ter provado a versão 2007, chega a hora do 2008. Um vinho que chegou ao mercado há pouco tempo e que que foi feito da mesma maneira, o Arinto estagiou em inxo e o Chardonnay em barricas novas durante 3 meses. Uma dueto que resulta muito bem, sendo o Arinto uma casta que dá frescura ao conjunto.
Das terras de Almeirim, da nova região Tejo, vem este Reserva. Um vinho que anda na casa dos 5 euros.
Tem uma cor amarelo pálido. A fruta aparece em grande, com algum limão e na sua maioria de polpa branca a lembrar maça e pêra. Toques de melão maduro. isto tudo abraçado por baunilha, aniz e manteiga fresca. A boca é gorda e com boa acidez. Mantém o perfil que encontrámos no aroma, a fruta em conjunto com espaciarias e manteiga. Final longo e com alguma complexidade.
Temos aqui um vinho muito bem feito, com um dueto luso/francês, que a meu ver resulta muito bem. A fruta a frescura do Arinto com a estrutura e apetência pela madeira do Chardonnay. O preço é outra mais valia. Uma grande compra. 16,5.
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Quinta-feira, 21.05.09

Quinta da Alorna Touriga Nacional & Cabernet Sauvignon Reserva tinto 2007

A Quinta da Alorna, situada em plena lezíria ribatejana, em Almeirim, remonta ao século XVIII, cujo nome deve-se ao ao primeiro proprietário, D. Pedro de Almeida, Vice-Rei da Índia, a quem D. João V concedeu o título de I Marquês de Alorna por actos de bravura na tomada da praça forte de Alorna, na Índia. Almeirim era então conhecida pela qualidade da sua caça, muito frequentada por nobres e fidalgos, que aqui passavam tempos de lazer.
O Ribatejo é, desde sempre, uma região rica e apetecida, graças às férteis lezírias, ideais para a agricultura e criação de gado. Agora e com a enologia de Nuno Cancela de Abreu, e depois de uma grande aposta e restruturação de vinhas, a Quinta da Alorna é um dos ícons da agora região Tejo. Com vinhos muito bem feitos e a preços muito convidativos, principalmente os topos de gama, que são um autêntico chamariz à compra.
São vinhos que misturam as melhores castas nacionais com internacionais, como o Cabernet Sauvignon. O vinho em prova é um exemplo disso, a mistura do Cabernet com a nossa Touriga Nacional. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor escura, concentrada. Aroma intenso, com notas abaunilhadas e logo seguido de flores e chá. A fruta aparece na sua forma mais avermelhada, com morangos, groselhas e cerejas. Ligeiro toque vegetal. Boca com bom corpo e bela acidez. Temos uma mistura de baunilha, flores, especiarias como pimenta e morangos. Bom final, fresco e longo.
Um belo exemplo de como se consegue fazer um bom vinho com um preço baixo, à volta dos 6 euros. Muito bem feito, moderno no estilo e com alguns anos pela frente. Uma bela aposta. 16,5.
publicado por allaboutwine às 12:39 | link do post | comentar
Terça-feira, 05.05.09

Casa da Atela Sauvignon 2006

Este vinho foi uma compra para o dia a dia, aqueles vinhos que custam pouco dinheiro e que esperamos deles um conforto ao fim do dia para tentar relaxar depois de um dia desgastante. Estava em promoção num hipermercado e não hesitei, levei-o para casa.
Já tinha provado há tempos um outro branco deste produtor e deste ano e também monocasta estrangeira, o Gerwurtraminer. Lembro-me que gostei particulamente desse vinho, muito exótico. Deste Sauvignon, já com algum tempo em garrafa, não esperaria a frescura aquando da sua saida para o mercado, mas esperava ver um vinho com alguma evolução. Estava curioso, dado ser uma casta que conheço muito pouco.
As uvas foram vindimadas à mão e foram vinificadas e posterior estágio em inox.
Tem uma cor amarela citrina. Aroma citrino, a lembrar limão e uma faceta mais vegetal a espargos verdes. Fundo mineral, com algum fumo. Boca de corpo mediano e muito boa acidez. Continua com mutos citrinos. Bom final, muito fresco.
O vinho, mesmo com alguma idade, continua muito fresco e vivo, fazendo juz à casta. uma boa opcção para os fãs do Sauvignon e que querem gastar pouco dinheiro. 15.
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Terça-feira, 13.01.09

Capoeira 2006

Estão a ver aquelas ofertas de natal, aquelas ofertas de empresas que nem eu sei onde foram descobri-las? Pois é, fui brindado com uma dessas. O vinho em causa nem consta no site do produtor, o Casal Branco, um dos nomes grandes da (agora) região Tejo. Mas como todos os vinhos são merecedores de prova e como também poderia ter uma surpresa, arrisquei numa prova atenta e descomplexada. O contra-rótulo não diz a composição das castas, mas adivinha-se uma grande fatia de Cabernet. O vinho cai no copo com uma cor rubi de concentação média/alta. Aroma com boa intensidade, com muitas notas vegetais a lembrar pimentos e mais pimentos, a par de fruta a lembrar ameixas. Ligeiro chocolate preto. Boca de volume mediano, a cair para o delgado e com acidez média. Algo confusa os sabores, onde continua com as notas de pimentos e um pouco de fruta. Final algo curto.
Não sei se tem mesmo muito Cabernet ou terá algum defeito, mas que os pimentos chateiam, chateiam. Quase me tira a vontade de continuar. É directo, não tem muito para dizer. Será certamente uma gama baixa do produtor. 13,5.
publicado por allaboutwine às 13:56 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sábado, 13.12.08

Quinta da Alorna Reserva Arinto Chardonnay 2007

Os vinhos deste produtor sempre tiveram uma boa relação entre o preço e a qualidade. Sitado em Almeirim, com uma quantidade enorme de vinha, em terrenos férteis como são estes da lezíria. A quantidade de referências é enorme, desde os vinhos baratos para beber dia a dia como os topos de gama, que mesmo assim apresentam um preço de mercado bastante acessível. Têm também uma grande variedade de castas plantadas, desde as portuguesas com mais história na região, como a Tinta Miúda, Casteão, Fernão Pires, Trincadeira das Pratas, como a agora famosa Touriga Nacional e também as castas estrangeiras mais conhecidas como o Cabernet Sauvignon, que aliás, com a Touriga, faz um dos topos de gama da casa.
Em relação a este branco, é um dos casos em que a qualidade está bem presente e é vendido no retalho a pouco mais de 5€. É um branco onde se junta uma casta portuguesa, o Arinto, com estágio em inox e o Chardonnay, com estágio em madeira. É uma combinação clássica e que dá resultado.
O vinho apresenta uma cor citrina, brilhante. Boa intensidade armática, com primeiro impacto citrino a lembrar limões. Seguem-se notas amanteigadas, seguidas de fruta tropical a lembrar abacaxi e manga. Toque abaunilhado.
A boca tem bom volume e uma bela acidez. Começa com a fruta citrina e continua com a tropical. Toque abaunilhado. Final longo e fresco.
Gostei sinceramente deste vinho. Alia a frescura do Arinto com o corpo do Chardonnay. Tem boa complexidade e dá muito prazer na prova, fazendo dela uma óptima escolha para o dia a dia. 16.
publicado por allaboutwine às 02:35 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Quarta-feira, 01.10.08

Companhia das Lezírias 2007

Castas: Trincadeira e Aragonês.
Estágio: Inox.
Enologia: Frederico Falcão.
Preço: 2,50€
Vol: 12,5%.

Côr vermelho vivo.
Aroma de média intensidade, onde se notam muitos frutos vermelhos como groselhas e doce de morango. Toque lácteo.
Boca com bom volume e boa acidez. A fruta continua, mas agora mais em forma de doce, alguma em passa.
Bom final, guloso.
É um rosé agradável, com a fruta em grande plano, na sua forma mais doce. Tem um perfil que agrada a muito consumidor, já que é um vinho que se bebe muito bem, mas tem de ser bem refrescado para não enjoar. 15.
publicado por allaboutwine às 12:47 | link do post | comentar
Domingo, 07.09.08

Bridão Clássico 2007

Castas: Fernão Pires, Trincadeira das Pratas e Tália.
Estágio: Inox.
Enologia: Pedro Gil.
Preço: 2,40€.
Vol: 135.

Côr amarelo citrino.
Aroma com aguma intensidade, com notas de fruta de polpa branca como melão, ameixas e pêras.
Boca de corpo mediano e boa acidez. Permanece frutado.
Final mediano.
Um vinho de grande volume, directo, frutado, que se bebe bem, sem pensar muito. Feito para agradar. Bom ribatejano, sem defeitos. 14,5.
publicado por allaboutwine às 12:54 | link do post | comentar

Varandas 2007

Castas: Vinhas velhas de Fernão Pires.
Estágio: Fermentação em madeira e o restante tempo em inox.
Enologia: António Ventura.
Preço: 2,50€.
Vol: 12,5%.

Côr amarelo citrino.
Aroma de média intensidade, com notas de fruta de polpa branca com uvas, ameixas pêras. Ligeiro floral.
Boca de corpo mediano e boa acidez. Continua com a fruta de polpa branca e com flores brancas. Final mediano.
Temos aqui um vinho feito de vinhas velhas de Ferão Pires, a mais popular casta branca ribatejana, que costuma dar vinhos com boa estrutura, frutados e florais. É o caso deste, de boa qualidade e que tem um preço irrecusável. Uma boa aposta. 15.
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