Falar da Quinta do Crasto é falar de alguns dos melhores vinhos portugueses, dum produtor que é dos mais queridos "cá dentro" e dos mais reconhecidos "lá fora". Na parceria com mais quatro produtores durienses de nome Douro Boys, é uma das lanças para mostrar a qualidade do vinho português no estrangeiro.Um pouco da história nas palavras do produtor: "As primeiras referências conhecidas referindo a Quinta do Crasto datam de 1615, tendo sido posteriormente incluída na primeira Feitoria juntamente com as Quintas mais importantes do Douro. Um Marco Pombalino datado de 1758 pode ser visto na Quinta.
Logo no início do século XX, a Quinta do Crasto foi adquirida por Constantino de Almeida, fundador da casa de vinhos Constantino. Em 1923, após a morte de Constantino de Almeida foi o seu filho Fernando de Almeida que se manteve á frente da gestão da Quinta dando continuidade á produção de Vinho do Porto da mais alta qualidade.Em 1981, Leonor Roquette (filha de Fernando de Almeida) e o seu marido Jorge Roquette assumiram a maioria do capital e a gestão da propriedade e com a ajuda dos seus filhos Miguel e Tomás deram início ao processo de remodelação e ampliação das vinhas bem como ao projecto de produção de vinhos de mesa pelos quais a Quinta do Crasto é hoje amplamente conhecida."São muitos os vinhos produzidos pela Quinta do Crasto. A gama de entrada, vinhos dos quais estou a falar neste post, alguns monovarietais, como o Tinta Roriz e o belíssimo Touriga Nacional, o Reserva Vinhas Velhas, uma das melhores compras em relação ao preço que tem, e os topos de gama, Vinha Maria Teresa e Vinha na Ponte que, como o nome indica, são vinhos de uma só vinha. A enologia está a cargo de Dominic Morris e Manuel Lobo.Crasto branco 2008
É apenas a segunda colheita deste branco (a primeira foi em 2007) e também o único branco feito pelo produtor. Foram usadas as castas Gouveio, Roupeiro e Rabigato, com vinificação e estágio em inox.
Apresenta uma cor amarela citrina. Notas intensas de fruta citrina e outras, a fazer-nos lembrar limão, pêssego e maracujá. A fruta está bem companhada por notas vegetais, mais verdes. Fundo mineral. A boca tem um corpo mediano e uma bela acidez, refrescante. Sabores vegetais e frutados, tal como no aroma. Bom final, com muita frescura.
Temos aqui um branco bem feito, muito agradável, onde a fruta está presente e aliada a uma grande frescura. Não é muito complexo, mas também não será esse o objectivo. Um bom vinho para o dia a dia, com alguma personalidade. 15,5.
Crasto tinto 2008
Marca já com alguns anos no mercado e com colheitas mais antigas a andar nas bocas dos enófilos, com boas surpresas em relação à capacidade de evolução deste vinhos, pelo menos dos mais antigos. Feito com as castas Tinta Roriz, Tinta Barroca, Touriga Franca e Touriga Nacional. Tal como o branco, teve tratamento em inox.
Tem uma cor rubi escuro. Aroma intenso, com notas de frutos vermelhos, como morangos, groselhas e algumas cerejas. Encontramos também notas florais e alguma especiaria, a lembrar pimenta. Boca com bom corpo e boa acidez. Apresenta-se algo contida e elegante, com notas frutadas, com cerejas e framboesas, que fazem companhia a flores e ligeiras especiarias. Final mediano e frutado.
Um vinho marcadamente duriense, com boa fruta, contida mas bem presente. Fácil de gostar, acompanha perfeitamente os pratos do nosso dia a dia. 15.
Como conclusão, são dois vinhos bem feitos, muito agradáveis, bem durienses e portugueses. Pena o preço ser um tanto elevado porque nem todos podem despender cerca de 9 euros para vinhos do dia a dia.