Segunda-feira, 12.04.10

Quinta de La Rosa LBV 2005

Temos em prova um LBV de uma das casas mais emblemáticas do Douro. Uma mudança de imagem arrojada, com uma garrafa atípica, mas com um forte pendor moderno, urbano, jovem, até mesmo fashion. Um pouco arriscado, longe dos parâmetros normais e conservadores, mas é a resposta a quem pede mudanças na imagem do Vinho do Porto, sob pena de ficar uma bebida esquecida pelos novos consumidores, de ficar demodé. A minha opinião é que resultou muito bem, deu-me vontade de comprar.

 

Foi feito com as castas tradicionais do Douro, tais como Touriga Nacional, Touriga Francesa, Tinta Barroca e Tinta Roriz. Estagiou em tonéis durante 4 anos até ser engarrafado e posto à venda.

Tem uma cor rubi muito escuro.

Aroma intenso e compacto. Notas de frutos secos, em especial figos, fruta madura, quase compotada (ginjas e framboesas). Além da fruta, aparecem apontamentos minerais e de flores, mato, que me fez pensar em rosmaninho.

Boca volumosa e com boa acidez. Bem frutada e muito bem composta por flores, mato, mineral. Final longo e saboroso.

 

Um vinho que é difícil não gostar, jovem, robusto, boa complexidade e principalmente, muito guloso. É uma pena vinhos destes ficarem nas prateleiras, dada a sua qualidade, o seu prestigio, a sua história. Uma compra acertada. 16.

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Terça-feira, 23.03.10

Taylor's LBV 2003


Para quem não sabe, a Taylor's "inventou" o estilo de Porto Late Bottled Vintage, vulgo LBV. Um vinho do porto Ruby de um só ano, seleccionado pela sua elevada qualidade engarrafado depois de um período de envelhecimento de entre quatro a seis anos. A maioria está pronta a ser consumida na altura da compra, mas alguns continuam o seu envelhecimento em garrafa. São geralmente vinhos muito frutados, apelativos, fáceis de beber. São vinho de sobremesa que acompanham muito bem doces e bolos à base de chocolate e fruta e também alguns queijos, principalmente os chamados azuis e o nosso Serra ( eu gosto muito desta ligação).

Este vinho foi feito com as castas tradicionais do Douro, com uvas próprias das vinhas da Taylor's e também compradas, principalmente do Cima Corgo e Douro Superior.
Tem uma cor muito escura.
Aroma intenso e guloso, que nos começa por dar minerais finos, chocolate amargo e algum químico. Depois abre as flores e para a fruta, principalmente ginjas e cerejas maduras. Ligeiro balsâmico.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Boa mistura de fruta, flores, minerais e chocolate preto amargo. Belo final, longo e muito guloso.

Gsotei muito deste LBV. Complexo, guloso, com tudo no sítio. Uma uma forma belíssima de acabar uma refeição, acompanhando uma sobremesa ou mesmo a solo. Ainda por cima, tem um excelente preço de 11 euros numa grande superfície. Recomendo vivamente. 16,5.
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Domingo, 21.03.10

Quevedo Colheita 1995


Provei aqui há tempos um tinto da Quevedo, um belo vinho sem dúvida. O que aqui provamos agora é um porto, talvez a principal actividade do produtor.
Estamos na presença de um porto datado, os chamado "colheita". Estes são vinhos de uma só colheita e que são envelhecidos em cascos por um período mínimo de sete anos, originando vinhos com amplitudes de cor que vão do tinto aloirado ao aloirado, dependendo da sua idade. Igualmente os aromas e sabores evoluem ao longo do tempo originando diversos estilos de Tawnies. São vinhos muito especiais e que podem chegar a preços muito elevados consoante a marca e idade do vinho.

Este Quevedo colheita 1995 é oriundo da principal propriedade do produtor, a Quinta Vale d'Agodinho, tendo envelhecido em cascos da carvalho francês durante aproximadamente 14 anos. Foi feito com a principais castas do Douro.
A sua cor é vermelha com laivos acastanhados.
Aroma intenso e com muita fruta em passa e licorosa, tais como figos secos e cerejas em licor. Algum chocolate e café um grão.
A boca é encorpada e com uma boa acidez. Continua marcado pela fruta, tanto em passa como em licor. Consegue-se sentir algum chocolate e também o café em grão. Final longo e frutado.

Temos aqui um bom colheita, novo, com a cor ainda bem viva e jovem. Não é muito complexo mas dá imenso prazer. Acompanha perfeitamente uns frutos secos como aperitivo e alguns queijos. Uma boa aposta neste tipo de vinhos. 16.
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Quinta-feira, 14.01.10

Quinta Dona Matilde Vintage 2007


Provo agora um Vintage do ano 2007, antes, sinto-me um afortunado por provar um Porto Vintage, um vinho único no mundo e ainda por cima de um ano considerado por muitos como um ano de referência. Quantos enófilos terão esse prazer, já pensaram nisso?

A Quinta Dona Matilde fica situada nas margens do rio Douro entre a Régua e o Pinhão, zona de muitos e bons produtores durienses. É um Quinta familiar com cerca de 93 hectares, 28 deles com vinhas de alta qualidade, classificados com a letra A, expoente máximo da região do Douro. Manuel Ângelo Barros, antigo administrador da Sogrape, é a cara da Dona Matilde, que, com a companhia do seu filho Filipe Barros na área das vendas, dão corpo a um projecto recente, mas onde a qualidade impera e que, com a experiência da equipa, irá dar frutos, com toda a certeza.

Este  Vintage 2007 foi feito com as castas tradicionais do Douro, entre elas a Touriga Franca, a Tinta Barroca e o Bastardo. As uvas têm direito a pisa a pé e após o estágio em barricas durante 2 anos é engarrafado. Tem uma cor muito escura, quase opaca. Aroma com boa intensidade, com boas notas de fruta vermelha (framboesas, ginjas), mineral. Continua com chocolate preto amargo na companhia de alguma flores. Boca encorpada e com uma bela acidez. Confirma o que ancontramos no nariz. Fruta, chocolate, algum mineral, flores, esteva. Belo final, longo e complexo.

Temos aqui um vinho que não tem um perfil poderoso, compacto. Antes mostra-nos alguma abertura, com boa complexidade e generosidade. Apesar de durar ainda uns longos anos em garrafa, está muito bom para ser bebedo nesta altura. Comigo, acompanhou um generoso bolo de chocolate. 17.
publicado por allaboutwine às 14:54 | link do post | comentar
Quarta-feira, 15.07.09

Niepoort LBV porto 2003

Agora viramo-nos de novo para os Portos e de novo para a Niepoort. Em prova temos um LBV, um excelente vinho de final de refeição ou para acompanhar uma sobremesa. Não se pode abrir um Vintage com frequência, por isso, este tipo de Porto é a opção certa. São vinhos que não são caros e que muitos deles têm ótima qualidade.
Este LBV, da colheita de 2003, foi feito com castas de vinhas de baixa produção. Foram utilizadas a Touriga Nacional Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz entre outras. Depois de pisa a pé, foram estagiar em barricas de carvalho e em barris nas caves em Vila Nova de Gaia. Dirk tenta "engarrafar este Porto o mais cedo possível para que a frescura e fruta do vintage se revele no momento da prova".
Sai da garrafa com uma cor escura, concentrada. Artoma intenso e concentrado, com notas de pó de talco. A fruta aparece na forma de cerejas, amoras, ameixas em compota, figos secos. Ligeiramente químico, bem acompanhado de chocolate preto e de flores. Boca gorda e com bela acidez. Muita fruta madura e em compota. Tem a companhia de de flores, chocolate preto. Fundo mineral. Final longo e guloso.
Temos aqui um LBV de grande nível. Um vinho complexo, fresco, muito guloso. Ótimo para beber neste momento, é uma excelente opção neste tipo de vinhos. 16,5.
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Quarta-feira, 24.06.09

Niepoort Vintage 2007

Não são todos os dias que provamos e principalmente saboreamos um Vintage. Por duas principais razões: o preço, normalmente elevado, e o facto de ter de ser consumido rapidamente para aproveitar o que de tão bom ele tem. Não tenhamos a minima dúvida, estamos perante um vinho fortificado que nos devia encher de orgulho e que muitas vezes o esquecemos em deterimento de bebidas importadas e espirituosas. É uma pena.
Agora viramo-nos para Santo Adrião, em plena região do Douro, onde se situa a Quinta de Nápoles da família Niepoort.
Com uma longa história na produção de Vinho do Porto, desde 1842, portanto 5 gerações de grandes vinhos, a Niepoort é um dos produtores com mais renome no Douro, tanto em Portos como mais recentemente em vinhos de mesa. Qualquer coisa que saia dali, podemos ficar descansados com a sua alta qualidade, podemos comprar às cegas.
O vinho em prova é o Vintage da colheita de 2007. Segundo o produtor, "Depois de alguns invernos severamente secos, o Invernos de 2006/07 foi adequado para recolocar as reservas de água no solo no seu ponto perfeito. Em 2007 as vindimas começaram na histórica adega de Vale de Mendiz em 14 de Setembro, 6.a feira. Apesar de uma breve tempestade em 16 de Setembro e leves chuvas no final do mesmo mês, a vindima decorreu em condições excelentes. Os mostos em fermentação exibiam já cor muito carregada e densa, e uma acidez natural muito boa, evitando grandes correcções ácidas." Boas notícias, portanto. As castas utilizadas são a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz e outras. Pisa a pé e estagio de 2 anos em toneis de madeira antigos.
Uma cor muito escura, praticamente opaca. Os aromas são intensos e concentrados, com notas de farmácia, mineral e chocolate amargo. A fruta é madura e muito gulosa, com notas de cerejas doces e amoras. As flores aparecem frescas e viçosas a lembrar violetas. Boca potente e muito fresca, de impressionante amplitude. A fruta é concentrada e bem acompanhada por notas balsâmicas e flores. Fundo mineral com ligeiro chocolate. Final muito longo e complexo.
Estamos na presença de um vinho que quase nos deixa sem palavras. Um vinho concentrado, potente, mas com uma frescura e elegância próprias dos grandes. É um enorme prazer poder degustar vinhos como este. Bebe-lo agora dá imenso prazer, esperar uns bons anos, irá ser único. 18,5.
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Quinta-feira, 25.12.08

Quinta da Casa Amarela Porto Branco

Os vinhos do Porto brancos não são vinhos que beba com muita frequência, posso mesmo dizer que é raro bebe-los sem ser no verão, com água tónica e limão. Temos a versão mais seca, jovem, e a versão mais estagiada, com mais anos de vida, que em muitos casos, são grandes vinhos e um tanto desconhecidos pelo consumidor.
Laura Regueiro arriscou e lançou no mercado um branco com uma óptima imagem, jovem e apelativa. Trata-se de um Porto Branco com algum estágio, com uma cor amarela dourada e um aroma muito frutado, com notas de melão, meloa, casca de laranja, limão e doce de abóbora. Toque de frutos secos e de mel. A boca apresenta bom volume e uma bela acidez. Mantém a fruta com uma boa dose de frutos secos. Final mediano.
É um Porto que é multifacetado. Alia alguma secura com a boa dose de doçura e boa acidez. Por isso, bebe-se muito bem como aperitivo, a solo, ou a acompanhar os tradicionais frutos secos desta época festiva. Uma boa aposta na entrada dos Portos brancos sérios e ainda por cima não temos de gastar muito com ele, cerca de 10€. 16.
publicado por allaboutwine às 05:26 | link do post | comentar
Quarta-feira, 17.12.08

Offley Boa Vista Vintage 2003

Os Vinhos do Porto, em especial os Vintage, são para mim vinhos de difícil prova. Quando são novos, são vinho muito opacos, muito estruturados, com os aromas fechados e geralmente muito gulosos. Os aromas andam lá, mas andam escondidos, difíceis de descortinar. Mas eu adoro estes vinhos. São únicos!
O vinho em prova é da Sogrape. Além da Offley, é detentora outras marcas no mercado, como por exemplo a Sandeman. Provém essencialmente da Quinta da Boavista, que contribui de forma decisiva para o blend final do Vintage Offley. Além desta Quinta, o grupo detém entre outras, a Quinta da Lêda, famosa pelos vinhos de mesa, Quinta do Vau, Quinta da Granja., etc..
As castas predominantes do vinho é a Touriga Franca, Touriga Nacional, Tinta Amarela, Rufete e Malvazia Preta. Fermentam em cubas de inox e estagiam nos balseiros, em Vila Nova de Gaia.
Depois de 2/3 anos é engarrafo e cai no copo com uma cor escura, opaca. Aroma com alguma potência, com toques quimicos a lembrar cartão, verniz. A fruta apresenta-se negra, com amoras e ameixas. Temos ainda chocolate preto amargo, flores e fundo mineral. Boca encorpada, bela acidez e taninos gordos e doces. Sabores com mistura de fruta negra, flores, chocolate preto. Persistente, acaba longo e complexo.
É um belo vinho, cheio de juventude, cheio de força. Tem estrutura e acidez para aguentar ainda vários anos em cave. 17.
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Segunda-feira, 18.02.08

Ramos Pinto Quinta da Ervamoira Tawny 10 anos

Castas: Não diz.
Estágio: Não diz.
Enólogo: João Nicolau de Almeida.
Vol: 19,5%.
Preço: 25€.
Côr vermelha acastanhada.
Boa intensidade no aroma com especial enfoque nos frutos secos como nozes, amendoas e figos. A fruta aparece compotada. As especiarias também aparecem na forma de canela. Leve nota de charuto.
A boca é intensa, encorpada e muito fresca. Lembra café e charutos. Continuam os frutos secos e compotados com um pauzinho de canela. Final longo e complexo.
Um dos melhores 10 anos do mercado, muito complexo, excelente relação entre o corpo e a acidez. Grande Porto. 17.
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Domingo, 27.01.08

Quinta da Pacheca Vintage 2003

Castas: Touriga Nacional, Tinto Cão, Tinta Amarela e Tinta Roriz.
Estágio: Casco.
Preço: 35€.
Vol: 20%
Côr muito escura, quase opaca.
Nariz cheio, com notas muito frutadas, ligeiro químico a lembrar cartão, chocolate preto.
Boca encorpada, boa acidez, taninos fortes mas quase redondos, só com ligeira secura. Continuam as notas frutadas, quase em passa. Bafo mineral e chocolate preto. Final longo, frutado.
É um vintage que está num bom momento, guloso, frutado, cheio. Gostei. 17.
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