Quinta-feira, 21.01.10

Niepoort Projectos Colheita Tardia 2003

Niepoort é dos meus produtores portugueses preferidos . A sua audácia e astúcia leva-o a fazer experiências, vinificações nunca feitas no nosso país, castas nunca antes vistas no Douro. É um prazer enorme ouvi-lo falar do que já fez e do que ainda pensa fazer.

A gama Projectos nasceu dessa vontade de inovar. Colheitas Tradias, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Pinot feito à moda da Borgonha, várias parcerias com produtores e enólogos estrangeiros, de onde saem vinhos únicos, muitas vezes não percebidos, mas em dúvida muito personalizados.

Este vinho em prova é um Colheita Tardia de 2003, um vinho sem madeira, vinificado e estagiado em cubas de inox.
Tem uma cor amarelo vivo. Aroma com boa intensidade mas algo reduzido, com notas de vegetal cozido e pano molhado. Depois abre um pouco e passa a dar-nos noats de rebuçado de limão e ananás e ligeiro alperce. Fundo melado. Boca com corpo mediano e com boa acidez. Ligeira nota citrina, acompanhada de rebuçados, abacaxi maduro e mel. Final mediano e adicicado.

Não o conheci em novo, mas certamente já ultrapassou a sua melhor fase. O aroma é já algo pesado, sem mostrar grande complexidade. Na boca safa-se melhor, tem uma boa acidez que lhe transmite alguma graça. Pena, estava muito esperançado com este vinho. 14.
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Terça-feira, 10.11.09

Navazos Niepoort branco 2008

"Convenço-me mesmo que o grande trunfo dos vinhos de Jerez são mesmo os solos calcários, a Flor, e a casta Palomino que actua como catalizadora da minerialidade dos solos calcários. Assim, este vinhos foi eloborado a partir de uma vinho muito especial, que fermentou em botas de 500l, muito velhas. Fermentou naturalmente, com leveduras indígenas e sem controle de temperaturas. Estagiou sobre o Véu e a Bota durante 5 meses, para lhe conferir uma enorme frescura e carácter."

Estas palavras, da autoria de Dirk Niepoort, expressam perfeitamente o vinho que temos em prova.
Uma parceria entre o conhecido produtor duriense e o produtor espanhol, Equipo Navazos, um dos mais prestigiadas nomes de Jerez. Uma parceria com o fim de fazer um vinho de mesa, branco, através da casta com que se faz os Manzanillas, a Palomino. Seguiram o mesmo processo de vinificação, onde as leveduras autóctones da fermentação dão origem à flor e que após estágio nas características Botas (barricas de 500l), é engarrafado e apresentado ao público.
As primeiras impressões não foram consensuais, as opiniões divergiram, mas a curiosidade era muita e toda a gente queria experimentar o vinho. Provei-o em duas ocasiões diferentes e em ambas causou boa impressão. Um vinho completamente diferente do que costumamos beber, onde se notam os aromas a fermento, frutos secos, muitos minerais, principalmente notas salinas e toque floral. Boca de corpo mediano e boa acidez. Algo parca de sabor, nota-se os frutos secos e as notas minerais. Final mediano.
É realmente um vinho diferente, praticamente o oposto dos vinhos que se bebem hoje em dia. Um vinho que primeiro estranha-se, depois entranha-se, como diria o poeta. Sou um dos que gosta. 16.

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Sábado, 07.11.09

Redoma Reserva branco 2008

Chega-nos do Douro o vinho que é, seguramente, um dos melhores brancos portugueses. Algumas colheitas chegam mesmo à excelência e ao nível dos grandes vinhos brancos do mundo. O autor da proeza é Dirk Niepoort, um autêntico visionário e cujo nome é sinónimo de qualidade.
É um branco feito com vinhas velhas, com mais de 60 anos, plantadas a uma altitude entre os 400 e os 800m, onde as temperaturas são mais amenas e assim as maturações são mais longas e equilibradas, conseguindo assim uma maior frescura.
As uvas que entraram no lote foram o Rabigato, Codega, Donzelinho, Viosinho e Arinto. Após vinificação em barricas de carvalho francês, estagia por mais 9 meses nas mesmas.
Cor amarelo palha.
Aroma intenso, com notas tostadas e ligeiramente fumadas. Depois aparecem flores e notas minerais. A fruta aparece a lembrar citrinos, com limão e laranja. Continua com frutas de caroço, principalmente ameixas.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Notas tostadas, com toques de baunilha, flores e fruta. Fundo mineral. Final longo e complexo.
Temos aqui um vinho com muita qualidade. Estrutura e profundidade muito boas, um grande equilíbrio com a acidez, a juntar a bela complexidade. Apesar de encorpado, ele não é nada pesado, num conjunto muito equilibrado e que neste momento já dá muito prazer, apesar de não virar a cara a uns anos pela frente. Um belo branco português. 17,5.
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Quarta-feira, 15.07.09

Niepoort LBV porto 2003

Agora viramo-nos de novo para os Portos e de novo para a Niepoort. Em prova temos um LBV, um excelente vinho de final de refeição ou para acompanhar uma sobremesa. Não se pode abrir um Vintage com frequência, por isso, este tipo de Porto é a opção certa. São vinhos que não são caros e que muitos deles têm ótima qualidade.
Este LBV, da colheita de 2003, foi feito com castas de vinhas de baixa produção. Foram utilizadas a Touriga Nacional Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz entre outras. Depois de pisa a pé, foram estagiar em barricas de carvalho e em barris nas caves em Vila Nova de Gaia. Dirk tenta "engarrafar este Porto o mais cedo possível para que a frescura e fruta do vintage se revele no momento da prova".
Sai da garrafa com uma cor escura, concentrada. Artoma intenso e concentrado, com notas de pó de talco. A fruta aparece na forma de cerejas, amoras, ameixas em compota, figos secos. Ligeiramente químico, bem acompanhado de chocolate preto e de flores. Boca gorda e com bela acidez. Muita fruta madura e em compota. Tem a companhia de de flores, chocolate preto. Fundo mineral. Final longo e guloso.
Temos aqui um LBV de grande nível. Um vinho complexo, fresco, muito guloso. Ótimo para beber neste momento, é uma excelente opção neste tipo de vinhos. 16,5.
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Quarta-feira, 24.06.09

Niepoort Vintage 2007

Não são todos os dias que provamos e principalmente saboreamos um Vintage. Por duas principais razões: o preço, normalmente elevado, e o facto de ter de ser consumido rapidamente para aproveitar o que de tão bom ele tem. Não tenhamos a minima dúvida, estamos perante um vinho fortificado que nos devia encher de orgulho e que muitas vezes o esquecemos em deterimento de bebidas importadas e espirituosas. É uma pena.
Agora viramo-nos para Santo Adrião, em plena região do Douro, onde se situa a Quinta de Nápoles da família Niepoort.
Com uma longa história na produção de Vinho do Porto, desde 1842, portanto 5 gerações de grandes vinhos, a Niepoort é um dos produtores com mais renome no Douro, tanto em Portos como mais recentemente em vinhos de mesa. Qualquer coisa que saia dali, podemos ficar descansados com a sua alta qualidade, podemos comprar às cegas.
O vinho em prova é o Vintage da colheita de 2007. Segundo o produtor, "Depois de alguns invernos severamente secos, o Invernos de 2006/07 foi adequado para recolocar as reservas de água no solo no seu ponto perfeito. Em 2007 as vindimas começaram na histórica adega de Vale de Mendiz em 14 de Setembro, 6.a feira. Apesar de uma breve tempestade em 16 de Setembro e leves chuvas no final do mesmo mês, a vindima decorreu em condições excelentes. Os mostos em fermentação exibiam já cor muito carregada e densa, e uma acidez natural muito boa, evitando grandes correcções ácidas." Boas notícias, portanto. As castas utilizadas são a Touriga Nacional, Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz e outras. Pisa a pé e estagio de 2 anos em toneis de madeira antigos.
Uma cor muito escura, praticamente opaca. Os aromas são intensos e concentrados, com notas de farmácia, mineral e chocolate amargo. A fruta é madura e muito gulosa, com notas de cerejas doces e amoras. As flores aparecem frescas e viçosas a lembrar violetas. Boca potente e muito fresca, de impressionante amplitude. A fruta é concentrada e bem acompanhada por notas balsâmicas e flores. Fundo mineral com ligeiro chocolate. Final muito longo e complexo.
Estamos na presença de um vinho que quase nos deixa sem palavras. Um vinho concentrado, potente, mas com uma frescura e elegância próprias dos grandes. É um enorme prazer poder degustar vinhos como este. Bebe-lo agora dá imenso prazer, esperar uns bons anos, irá ser único. 18,5.
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Quarta-feira, 11.03.09

Niepoort Moscatel do Douro 2000

Quando pensamos em Moscatel pensamos maioritariamente em Setúbal, na região do Sado. E na minha opinião pensamos muito bem. Quem não gosta da complexidade dos generosos com longo estágio, quem não gosta de provar as relíquias que por exemplo a JMF nos brindou ainda recentemente no Encontro Vinhos e Sabores. Mas cá em Portugal, como sabemos, não é a única região vinícola a fazer este tipo de vinho. Em pleno Douro também se faz Mostatel e a Niepoort é um deles.
Tenho provado alguns Moscateis do Douro, e para ser sincero não me têm deslumbrado, ficando muito aquém dos exemplares de Setúbal. Mas ainda não tinha tido a possibilidade de provar o Moscatel de Dirk Niepoort e nós sabemos que ele não sabe fazer coisas más. Comprei este exemplar carregado de curiosidade mas com alguma certeza do produto final. E não me enganei. É um grande Moscatel. De cor dourado escuro, brinda-nos com uma bela intensidade aromática com aromas a lembrar mel, fruta cristalizada, frutos secos, fumados. Boca gorda e excelente acidez que lhe prolonga o palato. Muito longo e profundo.
É um vinho que recomendo vivamente e que para mim é, até agora, o melhor exemplar dos Moscateis do Douro jamais provado. 17,5.
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Sábado, 31.05.08

Giro Sol 2006

Castas: Loureiro.
Estágio: Inox.
Enologia: Dirk Niepoort.
Preço: 9€.
Vol: 11,5%.

Cor amarela esverdeada.
Aroma de boa intensidade. Muita fruta a lembrar citrinos como lima, limão e casca de tangerina. Ligeiro ananás e romãs. Notas vegetais que lembram flor de larangeira e rama de tomate. Toque de frutos secos e louro.
Boca de corpo leve, com boa intensidade e muito boa acidez. Intenso, apresenta notas vegetais de florais, tal como no nariz, fruta de polpa branca, muitos citrinos, com muita lima.
Final longo e fresco.
Projecto de Dirk Niepoort na região dos vinhos verdes. Um vinho com complexidade acima da média, com grande frescura. Um belissimo branco. 16.
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Terça-feira, 20.05.08

Batuta 2003

Castas: Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinta Amarela, Touriga Nacional e outras.
Estágio: 18 meses em barricas.
Enologia: Dirk Niepoort e Luis Seabra.
Preço: 60€.
Vol: 13,9%.

Cor escura.
Boa intensidade no aroma, muito complexo. Uma mistuta de mineralidade, chocolate preto, cacau em pó, café em grão. A fruta aparece como cerejas e ameixas pretas. Tudo envolvido em ligeiro tostado e especiarias que lembra pimenta.
Boca encorpada mas elegante, fresca, com os taninos redondos. Intensa como no nariz, e novamente aparece o chocolate, a fruta e a pimenta. Final longo e muito fresco.
Um dos grandes vinhos do Douro e de Portugal, fruto de um grande produtor duriense, Dirk Niepoort. É um vinho elegante, cheio de frescura e mineralidade tipica do Douro. Está longe do esplendor da fruta de quando saiu para o mercado. Agora bem mais calmo, cheio de complexidade. 17,5.
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Sábado, 27.10.07

Redoma 2006


Bela cor citrina. Aroma complexo com notas fumadas, fósforo, toque mineral. A fruta branca acompanha este ramalhete. Lembra meloa. A boca é gorda, acidez suficiente. Continuam as notas de fósforo e meloa. O final é longo. Belo vinho, cheio de qualidade. Gostei muito. 17.
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Sábado, 20.10.07

Redoma 2001



Aqui está um vinho que não perece ter 6 anos. Fruta generosa, profundo, elegante. Boca encorpada, com boa frescura. Acaba longo cheio de fruta.
Está muito bom. 17.
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