Terça-feira, 29.12.09

CARM branco 2008

Principio agora uma prova da gama dos vinhos CARM.
A Casa Agrícola Roboredo Madeira (CARM), produtor duriense de Almendra, Douro Superior, é uma empresa familiar, existindo documentos que atestam a sua actividade económica desde os meados do século XIII. São cerca de 220 ha de olival e 60 ha de vinha espalhados pelas várias quintas da família, de onde saem os seus vinhos e o azeite de alta qualidade.
Tal como em quase toda a região, é o xisto que predomina, conferindo aos vinhos as características únicas que os diferenciam dos vinhos do resto do mundo.
A imagem dos rótulos foi totalmente reformulada, tal como a gama dos vinhos. Temos assim rótulos muito apelativos e com um perfil mais "clean". A gama de vinhos começa com os CARM colheita branco e tinto e acabam nos reserva, também na versão branco e tinto.

Começo pelo colheita branco de 2008. Um vinho feito com as castas típicas durienses, como o Códega de Larinho, Rabigato e o Viosinho.
Mostra-nos uma cor amarelo citrino. O aroma é intenso, com notas citrinas a lembrar limão, lima, casca de laranja. Em ambiente mineral, mostra-nos ainda algum floral. A boca tem corpo mediano e uma boa acidez. Muito fruta citrina, tal como no nariz. Está muito bem acompanhada de notas minerais e flores. Belo final, muito fresco.

Temos aqui um bom vinho duriense. Um branco muito fresco, pleno de fruta citrina, muito apelativa. Por cerca de 4 euros, podemos ter um vinho para o dia a dia com qualidade e que acompanhará pratos mais leves. Uma boa escolha. 15,5.
publicado por allaboutwine às 14:48 | link do post | comentar

Ouzado tinto 2005

Este Ouzado entra na nova "grelha" dos vinhos deste produtor de Montemor-o-Novo. Além da gama Couteiro-Mor e do topo de gama Vale de Ancho, chega-nos agora este tinto Regional Alentejano. Já da longínqua colheita de 2005 (não deixa de ser curioso, dado que estão a sair para o mercado os topos de gama de 2007), este vinho tenta marcar a diferença pelas castas usadas e pelo "não" estágio em madeira. Podemos dizer que hoje em dia, não passar os vinhos pela madeira, pelo menos os vinhos com alguma ambição, é uma decisão anormal, muito fora do comum. Este produtor teve a ousadia de o fazer através da mão sabedora do mestre João Melícias. As castas escolhidas são todas internacionais, apesar de uma delas já ser considerada portuguesa, o Alicante Bouschet, que teve a companhia de Syrah e Cabernet Sauvignon. Tornou-se vinho em cubas de inox, onde permaneceu até ao engarrafamento.

Desde logo mostra uma grande juventude, com uma cor granada escura, bonita. Aroma intenso e muito frutado, com notas da cerejas, morangos, groselhas, framboesas, tudo num registo compacto mas não doce e muito menos enjoativo. Ligeiro chocolate preto e leve nota terrosa. A boca entra gorda e com uma bela acidez. Muita fruta, a par de uma nota mais vegetal. Boa estrutura e profundidade, com um final longo e frutado.

O vinho resulta muito bem, onde claramente a fruta comanda o pelotão. Um vinho que é difícil não gostar, com uma boa complexidade. Mostra-nos que também podemos tirar prazer de vinhos onde a madeira não entra. Estou muito curioso em relação ao envelhecimento deste vinho, qual a capacidade de aguentar em garrafa. A conhecer. 16,5.
publicado por allaboutwine às 12:04 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Ramos Pinto Collection tinto 2007

Agora vou falar na terceira edição da gama Collection da Ramos Pinto. Através do espírito empreendedor de Francisco Nicolau de Almeida, nasce em 2005 uma gama de vinhos tintos, que retratam em forma de colecção os famosos cartazes da Ramos Pinto. Dessa vasta colecção "A Jovem do Regalo" foi o poster eleito para a elaboração do rótulo do Collection 2007. Este cartaz
foi encomendado por Adriano Ramos Pinto em 1911 a Mateo Rossoti, pintor italiano de renome internacional.


Este vinho foi produzido com as uvas velhas da Quinta do Bom Retiro e das maduras da Quinta da Ervamoira, tal como são os Duas Quintas Reserva. A elegância e finesse do Cima Corgo e estrutura do Douro Superior. 30% Touriga Franca, 30% Touriga Nacional e os restantes 40%, uma mistura de castas. As uvas são vindimadas manualmente e vinificadas nos tradicionais lagares de granito e também em inox. Passaram para tonéis de carvalho francês, onde lá ficaram 40% em estágio, com o restante a irem para cubas de 2º e 3º ano durante 19 meses.
Temos assim um vinho com 15% de volume alcoólico, mas que não se notam na prova. O vinho entra no copo com uma cor escura e violácea.
Aroma intenso e muito frutado, onde podemos encontrar framboesas, amoras, morangos, cerejas. Alguns balsâmicos, com notas de eucalipto. Fundo mineral. A boca é encorpada e muito fresca. Confirma a fruta que encontramos no nariz, generosa, luxuosa. Abandona-nos com um leve traço mineral após longa permanência.


Assim, temos um vinho que se centra na fruta abundante, mas nada enjoativa. Antes muito elegante e com uma certa finesse. Muito bem feito, dá prazer, é muito equilibrado. Está um belo vinho e está para durar uns bons aninhos em garrafa. 16,5.
publicado por allaboutwine às 04:16 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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