Segunda-feira, 30.11.09

Quinta da Garrida Touriga Nacional Reserva tinto 2005

Hoje, enquanto se fala do uso excessivo da Touriga Nacional e em como ela está omnipresente nos vinhos portugueses, praticamente em todas as regiões, vão aparecendo vinhos que contrariam essa demanda, vinhos que confirmam o imenso potencial da casta. Eu não credito que, com a imensidão de castas nativas que temos, algumas de grande qualidade, nos viremos unicamente para a Touriga Nacional. Mas aceito de bom grado, que seja uma casta que defina os nossos vinhos, que defina os vinhos portugueses no mundo. A Touriga de Portugal, assim como existe o Tempranillo de Espanha e o Malbec da Argentina. Alguém contesta isso? Eu não!
Passemos ao vinho que temos em prova, um perfeito exemplo do potencial da casta.
Da Aliança e proveniente da Quinta da Garrida, região do Dão, chega-nos este tinto. Após várias colheitas de muito boa qualidade, este 2005 excede todas as outras, com um vinho que foi medalhado em vários concursos e que foi Prémio de Excelência da Revista Vinhos. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês e russo.
Tem uma cor rubi escuro.
Aroma intenso, complexo, com notas de fruta elegante, a lembrar cerejas, amoras. Notas minerais misturadas com flores e especiarias, com pimenta preta.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Mostra elegância e finura, com notas de madeira suave, em conjunto de minerais, fruta envolvida em flores e notas de chá preto. Belo final, longo e complexo.
Temos aqui um grande vinho, feito com uma grande casta. Elegância pura, complexidade, bastante profundo, já a mostrar o porquê de ser uma estrela. Terá um futuro risonho pela frente, melhorará para quem tiver a paciência de esperar por ele, o que é difícil, tamanha qualidade enfrentamos. 17,5.
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Domingo, 29.11.09

Fiuza Sauvignon branco 2009

Temos em prova o primeiro branco de 2009 do produtor Fiuza & Bright.
Um projecto que nasceu em 1985, numa parceira entre a família Fiuza, proprietária de vinha no Ribatejo, e o conhecido enólogo australiano Peter Bright. São os pioneiros na produção de castas francesas em Portugal, onde desenvolveu uma gama de vinhos monovarietais, onde está incluído este Sauvignon Blanc que temos um prova.
O vinho foi vinificado em inox, com temperatura controlada para, segundo o produtor, preservar o carácter da casta.
Tem uma cor amarelo citrino.
Aroma intenso, com muitas notas de frutos tropicais, em especial maracujá, envolvidos um aromas mais vegetais, herbáceos, com lembranças de relva cortada.
Boca com corpo mediano e com boa acidez. Marcadamente tropical, com maracujá, em companhia de ligeiro vegetal, com alguns espargos.
Temos aqui um vinho muito caraterístico da casta, com fruta tropical e com notas mais vegetais. Bom vinho, bem feito, e já está prontíssimo a ser bebido. Geralmente ronda os 4 euros no ponto de venda. 15.
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Obsessão tinto 2004



Obsessão é o novo vinho tinto do produtor Altas Quintas. É um vinho qe será produzido apenas em anos de características excepcionais, como foi o caso de 2004, ano em que saem os primeiros vinhos da casa. O objectivo deste vinho, deste topo de gama, será revelar o melhor, a essência Altas Quintas.
Não tendo sido um ano particularmente extraordinário no Alentejo, a localização das vinhas, a 600mts de altitude na Sera de São Mamede, permitiram que 2004 fosse um ano excepcional para o produtor, que após o lançamento do Altas Quintas Colheita, Altas Quintas Reserva, sai agora, e após 5 anos, o expoente máximo da casa.
Produzido a partir das castas Alicante Bouschet e Trincadeira, colhidas manualmente e seleccionadas por duas vezes, e com um longo estágio em barricas novas de carvalho francês. Antes de sair para o mercado, ainda passa 3 anos de amadurecimento em garrafa.
Tem uma cor rubi escuro, concentrado.
Aroma intenso, onde se nota a fruta concentrada, que lembra cerejas, ameixas. Num ambiente balsâmico, com resinas, caixa de charutos, aparecem notas minerais, de tosta adocicada.
Boca muito encorpada e com uma excelente acidez. Mantém a qualidade da fruta que encontrámos no nariz, acompanhada de balsâmicos, minerais, tosta. Final longo e muito complexo.
Temos aqui um grande vinho, com uma estrutura impressionante, acompanhado de uma grande frescura, o que nos diz que teremos a sua companhia durante longos anos. Tem uma complexidade que nos faz meditar, que nos faz falar com ele sem pressas. É um prazer poder beber vinhos destes. Um grande vinho em qualquer parte do mundo. 18,5.
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Sexta-feira, 27.11.09

Bétula branco 2008

Mais uma novidade do Douro. Um vinho da Quinta do Torgal, com a enologia de Francisco Montenegro, esse mesmo, o mentor dos excelentes vinhos Aneto.
A Quinta do Torgal fica em pleno Vale do Douro, no Barrô, onde encontramos solos graníticos de fertilidade muito pobre. É daqui que sai este branco duriense, um vinho feito com castas internacionais, algo cada vez mais visto no Douro, com bons resultados, isto sem qualquer desprimor para as castas lusas. O Viognier foi vinificado em barricas de carvalho francês e o Sauvignon Blanc em inox. Duas castas francesas, de perfil completamente diferente, que resulta num conjunto bastante equilibrado e apelativo, como vamos ver.
Tem uma cor amarelo vivo.
Aroma intenso, onde sobressaem notas frutadas a lembrar pêssegos, citrinos como limão, laranja e também um toque de banana, manga e ananás maduro. Tem um lado mais vegetal, acompanhado de fumo e um fundo mineral com ligeira baunilha.
Boca encorpada e com uma bela acidez. Tal como no aroma a fruta comanda, onde temos pêssego, acompanhado de citrinos e ligeiro tropical. Mineral com toque fumado. Belo final, longo e com boa frescura.
Temos aqui belo branco duriense, onde as duas castas estão muito bem casadas, com o peso da fruta do Viognier e ser bem compensado pela frescura do Sauvignon Blanc. A madeira sente-se mas está bem integrada. Um vinho bastante curioso e que é obrigatório provar. 16,5.
publicado por allaboutwine às 15:11 | link do post | comentar
Segunda-feira, 23.11.09

Vila dos Gamas Antão Vaz branco 2008

Tenho seguido este vinho com muita atenção. É um vinho que representa muito bem as características da casta nas terras quentes alentejanas. Foi daqui, da Vidigueira, que o Antão Vaz saltou para o topo das castas brancas queridas em Portugal. Agora, praticamente todos os produtores alentejanos têm a casta plantada, praticamente todos os grandes brancos a sul do Tejo têm-na no seu lote ou mesmo sozinha. Funciona muito bem tanto com ou sem barrica.
Este Vila dos Gamas é um exemplo de um Antão Vaz sem passagem por barricas, somente inox.
Tem uma cor amarelo citrino.
Aroma de leve intensidade. Notas minerais em conjunto de fruta a lembrar ameixas e ligeiros frutos secos.
Boca encorpada e com uma boa acidez. Começa mineral, passando depois para sabores mais frutados, com ameixas brancas e ligeiros frutos secos. Final de comprimento mediano.
Temos aqui um vinho onde se sente a casta um pouco presa, assumindo o lado mais austero e menos frutado. Um bom acompanhante para a mesa, com volume e acidez capaz de acompanhar pratos um pouco mais puxados. Um bom exemplo da casta a um preço baixo. 15.
publicado por allaboutwine às 11:49 | link do post | comentar
Domingo, 22.11.09

Mutante tinto 2006

Outra marca da PV, uma gama que se encontra acima dos já provadas (Retorno e PV). Tal como os anteriores, é marcado pelas vinhas velhas do produtor, mas agora com cerca de 40% de Touriga Nacional de vinhas mais recentes. Parte do vinho passou por barricas de carvalho francês.
A colheita em prova é de 2006, até agora a única no mercado.
Tem uma cor rubi de boa concentração.
Aroma intenso, com notas de fruta a lembrar cerejas e groselhas. Podemos encontrar ainda chocolate preto num ambiente floral e com nuances de rosmaninho. Fundo mineral
Boca com bom corpo e bom acidez. a fruta aparece no meio de flores e notas mais minerais. Ligeiro achocolatado. Bom final, com alguma complexidade.
Temos aqui um vinho de bom plano, já com alguma complexidade, que não é óbvio e que dá boa luta na prova. Com elegância, apontado para a mesa, que sem dúvida, dará boa conta de si. 16.
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Sexta-feira, 20.11.09

PV rosé 2008

Agora temos em prova a versão rosé da PV Wines. Um vinho monocasta, um Touriga Nacional que é feito e estagiado em inox. Um vinho com uma cor rosa carregada. Aroma intenso e com notas vegetais e forais em destaque. A fruta aparece com suave morangos e cerejas. Leve fumado. Boca de corpo mediano e excelente acidez. Austero, mineral fruta vermelha a lembrar morangos e ligeiro floral. Final de boca com grande frescura.
Temos aqui um rosé que quer ser bebido à mesa. Com um perfil muito fresco, com grande secura, onde os aromas e sabores são delicados e não actores principais. Para acompanhar comida, não para beber a solo. 15,5.
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Quarta-feira, 18.11.09

Porto e Douro WineShow/Lisboa Gourmet


Porto e Douro Wine Show e Lisboa Gourmet
VINHOS, GASTRONOMIA E MARCAS DE LUXO ESTÃO DE REGRESSO AO CONVENTO
Convento do Beato, Lisboa, fim-de-semana de 28 e 29 de Novembro
Cerca de 70 expositores vão estar reunidos no Convento do Beato, em Lisboa, na quarta edição do Porto e Douro Wine Show e Lisboa Gourmet.
Na sala principal, os visitantes poderão apreciar cerca de 200 Vinhos do Porto e DOC Douro, além de produtos tradicionais portugueses e chocolates.
No espaço Restaurante Show terão oportunidade de degustar criações gastronómicas dos restaurantes Eleven e Quinta dos Frades. As sessões de show cooking serão protagonizadas pelos chefes de cozinha João Antunes (Vin Rouge) e Rui Paula (D.O.C.), duas referências que irão revelar dicas e truques culinários.
Quem pretender aprofundar os conhecimentos em matéria de vinhos, poderá participar nas provas comentadas de Vinhos do Porto Vintage 2007 ou de Vinhos Tintos do Douro 2007, orientadas por Bento Amaral (Chefe de Câmara de Provadores do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto) e os críticos Fernando Melo e Rui Falcão.
Nas Harmonizações entre vinhos e gastronomia, os chefes de cozinha José Júlio Vintém, do restaurante Tomba Lobos, e Miguel Castro e Silva, do restaurante De Castro Elias, vão criar pratos para combinar com diferentes vinhos e no Nespresso Lounge Bar o escanção Rodolfo Tristão vai relacionar Vinhos do Porto com café.
Cocktails e propostas de programas turísticos no Douro completam a oferta do evento que, entre as marcas de luxo presentes, contará motos da prestigiada Harley Davidson.
O Porto e Douro Wine Show e Lisboa Gourmet é uma organização da Essência do Vinho e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).Irá decorrer entre as 15h e as 21h, tendo o ingresso o valor de 5€.
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publicado por allaboutwine às 13:11 | link do post | comentar

PV branco 2008

Passamos ao branco da gama PV. Um branco feito com as castas tradicionais do Douro. São uvas de vinhas velhas com a seguinte composição: 55% Viosinho, 35% Rabigato e 10% Códega de Larinho. A fermentação é feita parcialmente em madeira e depois estagia em cubas de inox.
Tem uma cor citrina de leve intensidade. Aroma muito citrino, onde encontramos limão, casca de laranja. Tudo em ambiente mineral e com ligeiro vegetal. Boca de corpo mediano e muito fresca. Confirma plenamente o aroma, onde se encontra os citrinos, o vegetal e mineral. Final longo e com boa frescura.
Temos um branco muito bem feito, com grande frescura, seco, com boa austeridade, perfeito para acompanhar comida. Para quem gosta do estilo, e é difícil não gostar, uma bela aposta. 15,5.
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Terça-feira, 17.11.09

Retorno tinto 2008



A empresa PV Vinhos nasceu em 2004, numa parceria entre 3 nomes grandes do Douro, José Maria Calem, Jorge Serôdio Borges e Cristiano VanZeller, com o objectivo de produzir vinhos DOC do Douro. Após o lançamento do primeiro vinho com a colheita de 2004, ainda com a adega alugada, avançam para a compra de adega própria, antiga, mas que foi totalmente recuperada. O VT 2005 já foi vinificado na nova adega. Novas marcas são lançadas, até que em 2008 passam a produção para a Quinta da Foz, onde produziu vinho do Porto pela primeira vez.
As quintas que dão origem aos vinhos PV são a Quinta da Foz e a Quinta do Sagrado. Detêm 7 ha de vinha velha, com mais de 70 anos e com cerca de 30 castas. São elas a Vinha do Soalheiro e a Vinha Grande.
A vinificação é toda feita na Quinta da Foz, onde existe uma rigorosa escolha das uvas que entram no lagar, que posteriormente serão pisadas a pé, num dos 4 lagares para o efeito, ou para lagares de inox, onde o trabalho das massas é feito por um robot, procurando reproduzir ao máximo o processo de vinificação. A partir daqui, entram em estágio, ou para barricas de carvalho francês ou para inox.


Foi-me dada a oportunidade de fazer uma prova dos vinhos PV. O primeiro vinho provado foi o Retorno 2008. Um vinho de vinhas velhas com cerca de 20 variedades diferentes e que foi vinificado em lagares de inox e estagio em cubas do mesmo material.
Cor rubi muito escura. Aroma de média intensidade, onde se nota a fruta que lembra framboesas, ginjas e mirtilos. Notas de chocolate preto bem amargo e algum mineral. Fundo floral. Boca de corpo mediano e com boa acidez. Mantém o perfil frutado, com sabores a framboesas e ameixas. Fundo mineral.
Temos aqui um vinho típico do Douro, com boa profundidade, muito frutado e com um lado mais sério, com a mineralidade a dar-lhe alguma frescura e complexidade. É um bom vinho para o dia a dia, um vinho a conhecer. 15.
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