Antão Vaz da Peceguina branco 2008
A prova deste vinhos fez-me pensar nos brancos portugueses. O nosso clima mediterrânico permite-nos fazer brancos com qualidade? Bem sei que temos vários "climas" e vários terroirs e também castas capazes de oferecer vinhos brancos únicos, com grande capacidade de evolução, mas é um trabalho recente. O que a nossa concorrência faz há muito anos, começámos nós a fazê-lo recentemente. A moda dos brancos também ajudou a que os produtores olhassem para eles com outros olhos, com mais investimento enológico e melhor conhecimento das castas e também melhor trabalho com madeira.
As castas, essas, têm enorme potencial, e não tenho de pensar muito para lembrar-me de meia dúzia capazes de gerar grandes vinhos - Arinto, Alvarinho, Loureiro, Antão Vaz, Malvasia-Fina, Encruzado. O trabalho está a ser feito, e muito bem, os vinhos estão cada vez melhores e isso acontece de ano para ano.
Uma das castas que está na moda, e é uma moda recente, é o Antão Vaz. Uma casta nativa do Alentejo, mais precisamente da Vidigueira e que já se espalhou por toda a região. Não existe produtor que se preze que não a tenha na sua vinha.
Um desses casos é a Herdade da Malhadinha Nova, um projecto recente, mas de enorme qualidade. Este Antão Vaz faz parte do seu espólio de brancos. Foi vinificado e estagiado em inox.
Tem uma cor amarelo citrino intenso.
Aroma de médio intensidade e elegante. Notas frutadas de pêra, melão, maça. Lado mais exótico com abacaxi e maracujá. Fundo mineral.
Boca encorpada e com boa acidez. Confirma as notas frutadas do aroma e a mineralidade está bem presente. Final longo e fresco.
Temos aqui um branco com as características da casta, aqui na sua faceta mais austera, com a fruta a passar para segundo plano. Um vinho perfeito para a mesa e não vira a cara a pratos mais intensos e calóricos. 16,5.