Ocorreu no passado dia 24 uma prova da Ramos Pinto no CCB. Um bela oportunidade de provar as novas colheitas, algumas novidades e algumas colheitas mais antigas. Um verdadeiro deleite. Após um pequeno discurso de João Nicolau de Almeida, passámos então à prova.
Duas Quintas Reserva branco 2008 - Uma verdadeira novidade, primeira colheita deste vinho. Um vinho que teve estágio em barricas e que se nota no aroma. Amendoas, muito citrino e vegetal, toque abaunilhado. Boca gorda, bela acidez, muito citrino no palato, mineral, amendoas. Gostei muito do vinho. 17.
Duas Quintas tinto 2007 - Um vinho muito frutado, com toques vegetais e florais. Alguma baunilha. Boca encorpada, fresca, taninos activos. Frutada e vegetal a lembrar mato rasteiro. Um bom vinho. 16.
Duas Quintas tinto 2004 - Fechado no aroma. Fruta doce, compotada, canela em pau. Boca redonda e acidez mediana. Confirma o nariz. Gostei. 16.
Duas Quintas tinto 1994 - Um vinho marcado pela idade que tem. Fruta passificada, caramelo, algum fumo, mato rasteiro. A boca está um pouco plana, em que os sabores confrmam o aroma. Ainda se bebe muito bem. 15.
Bons Ares tinto 2007 - Um vinho frutado, com toques adocicados e um pouco vegetais. Igualmente na boca encontramos muita fruta, vegetal com um toque apimentado. Um duriense onde o Cabernet lhe dá algum exotismo. 15,5.
Bons Ares tinto 2004 - Fruta madura, vegetal , algo químico. Boca licorosa, e vegetal. Um vinho que está numa fase boa. 15.
Bons Ares tinto 1995 - Aromas licorosos, apimentados e abaunilhados. Boca ainda com boa frescura e a confirmar o que encontrámos no nariz. 15.
Ramos Pinto Collection tinto 2007 - Um vinho que ainda não está no mercado. Pleno de fruta franca, flores. Boca gulosa e fresca, com muita fruta e toque de flores. Ainda com um toque vinoso. Um belo vinho. 16,5.
Ramos Pinto Collection tinto 2006 - Mais calmo que o anterior, com a fruta e as flores bem integradas, com toque de baunilha. Ligeiro mineral. Numa bela fase para ser degustado. 16.
Ramos Pinto Collection tinto 2005 - Primeira colheita deste vinho. Um pouco fechado, com toques químicos, azeitona preta, vegetal, um pouco de fruta. Está numa fase díficil. 15.
Duas Quintas Reserva tinto 2007 - Um belo vinho, com aroma concentrado, fruta madura, chocolate, menta, ligeira tosta. Algumas notas de mato rasteiro. Boca encorpada e elegante. Gostei muito. 17,5.
Duas Quintas Reserva tinto 2000 - Já com alguma idade, apresenta notas balsâmicas, fruta passificada, vegetal, cacau e algumas notas florais. Encorpado e fresco. Numa boa fase de consumo. 17.
Duas Quintas Reserva tinto 1994 - A estrela da noite. Numa fase espantosa. Notas de flores secas, compotas, marmelada, chocolate em pó, figos secos. Boca encorpada e fresca. Um vinho com uma complexidade muito grande. 18,5.
Duas Quintas Reserva Especial tinto 2007 - Muito concentrado, jovem, com fruta escura, toques químicos e balsâmicos. Encorpado e muito fresco. Um vinho ainda muito jovem mas com uma capacidade enorme. 17,5.
Duas Quintas Reserva Especial tinto 2004 - Belo aroma. Flores secas, mato rasteiro, alfazema, estevas, fruta gulosa e ponta de chocolate. Boca encorpada e gulosa. Um belo vinho, numa fase muito boa. 17.
Duas Quintas Reserva Especial tinto 1995 - Outro grande vinho. Aroma complexo, com notas de flores secas, fruta passificada, chocolate de leite, menta, compotas várias. Boa encorpada e bastante fresca. Vinho de nível mundial, belíssimo. 18.
Foi uma prova bastante didática, que serviu para ver como os vinho da Ramos Pinto envelhecem, e como vemos, fazem-no de forma espectacular. Alguns deles são verdadeiros vinhos de classe mundial e ao nível dos melhores. Resta-me agradecer à Ramos Pinto e a João Nicolau de Almeida pelo prazer que me deu ao provar os seus vinhos. Grande prova.
Seguiu-se a prova para qual fomos convidados, os brancos 2008 e os tintos de 2007. Após breve explicação de Dirk, condições dos anos, opiniões na primeira pessoa, passámos ao assalto aos vinhos. E eles eram muitos.
Desde o Tiara até ao Redoma Reserva, passando pelo polémico mas muito concensual na prova, o Navazos. Nos tintos percorremos toda a gama, com destaque para a cada vez mais conseguida elegância dos vinhos Niepoort. Provámos também alguns dos vinhos das apercerias de Dirk, como o Om Let, neste caso com Telmo Rodriguez. Andou por lá um desconhecido Cabernet duriense da autoria de Jorge Moreira.
Veio o almoço, um excelente cabrito, e com ele vieram vinhos novos, espanhóis e franceses. Andaram por lá uns El Pecado, Ultreia, Jamet...enfim, um puro deleite. Para sobremesa, a acompanhar a doçaria, estava o belíssimo Vintage 2007 e uma oferta generosa de Dirk, o Garrafeira 1977. Sem palavras.
Chegava o fim, entre conversa, risadas de contentamento, outros combinaços. A foto para a posteridade. O telefonema para o Roseira e a partida para o Infantado.
Obrigado Dirk, Luis e João Rico.