Segunda-feira, 31.08.09

Covela Escolha branco 2005

É um momento dos mais gratos dos enófilos. A descoberta de um vinho perdido o meio de centenas de garrafas num hipermercado, ainda por cima com um preço de cerca de metade do que geralmente custa. Queriam despachar o vinho e eu não me fiz rogado, trouxe umas tantas para casa.
É a colheita de 2005, o que me causou um pouco de receio, ainda para mais guardado nos armazéns em condições impróprias. Mas estes brancos são de barba rija, são vinhos que aguentam muito bem em garrafa. E assim provei um branco com 4 anos, um regional Minho devido às castas que tem e ao facto de estar nma zona já muito próximo do Douro mas ainda em zona minhota.
Este Escolha 2005 foi feito com as castas Avesso, Chardonnay e Gewuerztraminer. Estagia em cubas de inox.
Tem uma cor amarelo carregado. Aroma intenso com muitas notas fumadas e mineral. A fruta é madura e lembra maça assada e um lado mais citrino com limão. Alguma manteiga e notas de chá. Ligeiro vegetal cozido. Boca gorda e com uma bela acidez. Citrinos, mineral, algum fumo e vegetal. Final longo e muito fresco.
Temos aqui um verdadeiro achado. Um vinho com uma estrutura impressionante e uma frescura arrebatadora. Pleno de saúde. Pelo preço que me custou, cerca de 4 euros, é um vinho a não perder. Claro que poderá haver variações de garrafa mas não custa arriscar. 17.
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Perene tinto 2007

Em prova temos um vinho do Douro da Quinta de Sta. Eufémia. Não o conhecia mas chamou-me a atenção a bonita imagem. Como o preço era acessível, cerca de 4 euros, trouxe-o para casa.
Os vinhos portugueses começam a chamar a atenção também pela sua imagem, e isso é importante. Os olhos também bebem e este caso é um bom exemplo disso.
A Quinta de Sta. Eufémia foi fundada em 1894 por Bernardo Rodrigues de Carvalho, fica localizada na margem esquerda do rio Douro a uma altitude de 300 metros entre Peso da Régua e Pinhão, em pleno vale do Douro. São 40 hectares de vinha, gerados por entre socalcos de xisto, dos quais 80% se encontram mecanizados com as castas Tinta Barroca, Touriga Francesa, Tinta Roriz, Touriga Nacional, Tinto Cão, Tinta Amarela, e 20% em sistema tradicional com as castas brancas Malvazia Fina, Malvazia Rei, Moscatel Galego e Cerceal.
A marca Perene é a gama de entrada do produtor, que tem como topo de gama o Viseu de Carvalho Grande Escolha. Além dos vinhos de mesa existem os Vinho dos Porto, principalmente os brancos Reserva e os Tawnies.
Este Perene 2007 foi feito com as castas Tinta barroca, Touriga Nacional e Tinta Roriz.
Tem uma cor de concentração média/alta. Aroma de boa intensidade, onde sobressaem notas frutadas a lembrar morangos, cerejas e amoras. Temos ainda chocolate preto, ligeira baunilha e café em grão. Toque mineral. Boca com bom corpo e boa acidez. Cheia de sabor, onde se destaca a fruta, em companhia de baunilha, muita baunilha. Final longo e abaunilhado.
Este vinho começou muito bem no nariz. Boa complexidade, aromas apelativos. Na boca piorou. Está muito marcada pela baunilha e isso chega a enjoar. Penalizo-o por isso, porque poderia ir um pouco mais longe. 15.
publicado por allaboutwine às 04:37 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 30.08.09

Kopke tinto 2006

Voltando ao Douro e a uma marca que apareceu recentemente no mercado, pelo menos em vinhos de mesa, já que é uma das mais antigas marcas de Vinho do Porto.
Após compra da Kopke pelo Grupo Sogevinus em 2006 foi a vez de apostar em vinhos de mesa, uma tendência das empresas de Vinho do Porto.
A Quinta de São Luis de onde saem os vinhos da Kopke, fica situada na margem esquerda do rio Douro, perto do Pinhão. Tem cerca de 90 hectares de vinha plantada com as castas características da região.
Em prova temos o colheita tinto do ano 2006. Um vinho que tem estágio em madeira e que sai para o mercado com um preço acessível, cerca de 4 euros.
Tem uma cor de concentração média/alta. Aroma de média intensidade, com notas frutadas a lembrar ameixas e cerejas. A fruta está bem anvolvida em chocolate de leite e sobre fundo floral. Boca com corpo mediano e bo acidez. Continua muito frutada, agora com companhia de notas abaunilhadas e chocolate de leite. Bom final, fresco e ligeiramente frutado.
Temos aqui um vinho de boa qualidade, com todas as partes muito bem envolvidas. Não é muito complexo, mas é agradável e muito boa companhia para o dia a dia. 15.
publicado por allaboutwine às 05:16 | link do post | comentar

Anima L5 tinto

De terras alentejanas, mas inserido na região vitivinícola do Sado chega-nos este vinho muito peculiar. Desde logo uma imagem muito italiana, com tons azul claro, muito característicos de algumas referências daquele país. Além da imagem, a casta. Este vinho é feito com Sangiovese, conhecida casta italiana que tantos e bons vinhos faz.
Uma aposta de José da Mota Capitão em terras alentejanas, muito próximo do Torrão. Assim nasce a Herdade do Portocarro, que desde logo se tornou uma referência no panorama vinícola nacional. Com vinhos de gama alta, o mais barato é o Herdade do Portocarro com cerca de 15 euros no ponto de venda, fez admirar meio mundo com este Anima. Desdo logo um vinho que apaixonou a crítica, com a sua elegância, com a sua cor, com as restantes características muito diferentes dos vinho portugueses. Nasceu assim uma referência!
Depois da estreia em 2004, ficámos todos ávidos de mais colheitas. Saiu assim a colheita de 2005. Desde logo Mota Capitão referiu que havia diferenças com a anterior colheita. Este 2005 estaria menos expressivo mas esperava um melhor futuro na garrafeira, seria vinho para aguentar mais anos.
Temos assim em prova o Anima L5. Um vinho da autoria de Paulo Laureano feito com a castas italiana Sangiovese e com estágio em barricas de carvalho francês.
Tem uma cor rubi escura. Aroma intenso com otas de chocolate de leite. A fruta aparece na forma de amoras, ameixas em compota e cerejas. Ligeiro fumo em fundo balsâmico. Boca com bom corpo e com boa acidez. Taninos redontos e saborosos. Sabores frutados em conjunto de chocolate, alguma cera e toques fumados. Final longo e saboroso.
Temos aqui um vinho complexo e com grande elegância. Fruta gulosa sem ser doce com toques achocolatados e balsâmicos. Um pouco menos expressivo que o 2004 mas que ganha mais em corpo e acidez. Temos aqui vinho para mais uns anitos. Num belo momento. 17.
publicado por allaboutwine às 04:11 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 25.08.09

Prova Régia branco 2008

Temos em prova um Arinto de Bucelas, provavelmente a região onde ela se dá melhor. Vinho com uma grande acidez, vinhos citricos e minerais representam a melhor expressão da casta. É muitas vezes usada em lote com castas mais pesadas como o Chardonnay para dar frescura aos vinhos. Em Bucelas é onde ela, geralmente, é usada a solo.
A coheita em prova é de 2008 e tais como as anteriores, não tem qualquer estágio em madeira.
Tem uma cor amarelo pálido. Aroma intenso com muitas notas citrinas a lembrar limão e ligeira laranja. Ligeiras notas de abacaxi e papaia. Fundo mineral. Boca de médio corpo e bela acidez. Sabores citrinos com limão, lima e ponta de laranja são acompanhados de frutas mais exóticas. Alguma mineralidade. Final longo e fresco.
Temos aqui um vinho característico da casta. Muita frescura e muita fruta citrina. Está muito bem feito e tem um preço muito apelativo, cerca de 3,50 euros. Na minha opinião está uns furos abaixo do 2007 mas não deixa de ser uma boa escolha. 15.
publicado por allaboutwine às 12:38 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 24.08.09

Herdade do Meio Garrafeira tinto 2003

Temos aqui o primeiro topo de gama do produtor de Portel que está a desaparecer do mapa. Entrou de rompante no mercado, com vinhos de elevada qualidade e com os preços a condizer. Um grande investimento em vinhas e adega, garrafas e rótulos com imagem muito apelativa, enologia de topo com a contratação de António Saramago.
Leva-me a pensar que todos os cuidados são poucos no mundo do vinho, que não basta ter qualidade e uma imagem bonita para vender, para ter sucesso. Neste caso penso que foi uma avalanche de novas marcas, outras que apareceram uma vez e não tiveram continuidade. Os consumidores já não sabiam quais os vinhos da empresa, tantos eram eles no mercado, o que me fazia um pouco de confusão. Vinhos vendidos a preço de saldo, alguns mesmo muito baratos deixavam de boca aberta os consumidores, o que não era bom sinal.
Mas não deixam de ser belos vinhos e aqui temos em prova o primeiro Garrafeira a sair, o de 2003.
Foram usadas castas características da região como a Trincadeira, Aragonês, Alicante Bouschet e Castelão. Foi vinificado em lagar com curtimenta completa e submetido a um estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês e americano durante 12 meses.
Apresentou uma cor escura, levemente acastanhada. Aroma intenso e muito balsâmico com muitas notas de cera. A fruta aparece madura, com morangos, ameixas, figos secos. Flores secas tipo pot pourri e fundo achocolatado. Boca encorpada e com boa acidez. Permanecem as notas balsâmicas aliadas à fruta madura, em compota, e o chocolate. Final longo e complexo.
Temos aqui um vinho que ganhou complexidade com os anos. Com uma bela estrutura e profundidade, apresenta-se muito guloso e a dar uma bela prova. Está num momento muito bom para ser bebido. 17,5.
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Sexta-feira, 21.08.09

Adega de Pegões Colheita Seleccionada branco 2008

Este vinho é obrigatório nas nossas mesas ano após ano. Um verdadeiro must. Por cerca de 3 euros conseguimos beber um vinho com qualidade e que está sempre entre as escolhas das melhores compras e nada melhor que o Verão para os experimentar este tipo de vinhos. Vinhos mais leves, aromáticos, frutados e frescos alegram-nos nos dias mais quentes.
Vindo da Adega de Pegões, este branco é feito com as castas Arinto, Chardonnay e Antão Vaz. Estagiou 4 meses em barricas de carvalho francês.
Sai da garrafa com uma cor amarelo citrino. Aroma com boa intensidade com notas de fruta de polpa branca a lembrar ameixas, maças, pêras verdes e melão. Tem ainda um toque mais citrino, mais alimonado. Fundo tostado com ligeiro toque amanteigado. Boca com corpo mediano e boa acidez. Continua frutada como no nariz, agora com muita maça e ameixas e com um toque exótico de ananás. Bom final, cheio de fruta.
Temos aqui um belo vinho, muito frutado e com boa frescura. O estágio em madeira dá-lhe alguma complexidade e torna-o apto para pratos um pouco mais puxados, mas não deixa de ser um branco para as petiscadas do Verão. 15,5.
publicado por allaboutwine às 11:59 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 18.08.09

Guarda Rios branco 2008

Vale D'Algares. Um grande investimento em terras ribatejanas, mais precisamente em Vila Chã de Ourique.
Vinhas plantadas em plena lezíria, com solos muito ricos em água prontamente resolvidos através de drenos subterrâneos, adega com todas as condições, barricas de alta qualidade. Isto tudo inserido num contexto enoturístico onde encontramos uma grande abertura a provas dos vinhos, visitas à Herdade, um restaurante gourmet, observação de aves, onde podemos encontrar pintassilgos, águias, mochos, guarda rios e cartaxos. Por fim e não menos importante, existe um centro equestre, onde se pode ter aulas de equitação e onde se realizam importantes eventos.
Centrando-nos nos vinhos, existem 3 referências. O Guarda Rios, nas versões branco, tinto e rosé, que se situam no patamar Premium, o Vale D'Algares Selection, que faz a ponte para o topo de gama, o Vale D'Algares Viognier, com um posicionamento Super Premium. Existe também um Colheita Tardia que terá prova atenta lá mais para a frente.
O Guarda Rios, versão branca de 2008, foi feito com as castas Chardonay (35%), Sauvignon Blanc (25%), Alvarinho (25%) e Arinto (15%). Cerca de 35% da fermentação do lote é em barricas de carvalho francês com battonage durante seis meses, dos quais 40% do Chardonnay fez fermentação maloláctica parcial.
Só a título de curiosidade, o Guarda Rios é um pássaro que se alimenta de peixe, daí a sua proximidade aos rios e neste caso ao Tejo.
Vinho de cor amarelo citrino. Aroma intenso, com notas de frutos tropicais a lembrar maracujá e ananás, acompanhados de maça. Temos um toque de manteiga, de frutos secos e flores. Boca com bom volume e bela acidez. A fruta marca presença no palato, entre a tropical e alguma maça. Ligeiros frutos secos e toque floral. Bom final, frutado e fresco.
Temos aqui um vinho com uma qualidade acima da média, que apresenta boa complexidade num perfil que liga a fruta exótica com algum peso do Chardonnay. Um conjunto bem conseguido. Uma referência do Tejo. 16.
publicado por allaboutwine às 11:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 16.08.09

Crescendo branco 2008

Temos aqui um vinho do norte Alentejo, em plena serra de São Mamede, com as vinhas plantadas a 600mts de altitude. O produtor, Altas Quintas, entrou de rompante no mercado com o vinho Altas Quintas 2004, um vinho diferente, com grande frescura e com uma imagem imaculada. Aliás, todo o marketing à volta dos vinhos Altas Quintas é um exemplo a seguir, como por exemplo, foram fortes impulsionadores do vinho a copo, com campanhas em restaurantes e wine-bars.
A marca Crescendo apresenta-se como segunda referência da casa, atrás do Altas Quintas. Tem a versão branco, tinto e rosé. São vinhos com uma boa relação preço/qualidade, com características bem identificadas com a região e altitudes das vinhas.
Em prova está a versão branca de 2008. As castas escolhidas foram o Arinto e o Fernão Pires. Um blend 100% português, portanto.
De cor amarela citrina, apresenta um aroma intenso com notas frutadas e lembrar maracujá, manga verde, limão, em conjunto com aromas mais vegatais com o aparecimento de rama de tomate. Boca com corpo mediano e uma bela acidez. Continua plena de fruta dos trópicos em companhia de de limão e sabores mais vegetais. Final longo e muito fresco.
Um belo vinho para este verão. Pleno de fruta, com um toque vegetal e muito, muito fresco. Um vinho feito com castas nacionais mas que que lembra a casta Sauvignon Blanc, no seu perfil mais exótico. Um belo alentejano, um belo branco. 15,5.
publicado por allaboutwine às 14:25 | link do post | comentar
Quarta-feira, 12.08.09

Loios tinto 2008

Temos aqui a gama de entrada de João Portugal Ramos, atrás do conhecido Marquês de Borba. Uma gama de entrada, mas sem descurar a qualidade, o que prova a tendência e apetência para para fazer bons vinhos, mesmo sendo abaixo dos 3/4 euros. O próprio João Portugal Ramos diz que o Loios está ao nível qualitativo do Vila Santa quando este começou. É um tipo de vinho feito para ser bebido cedo, um ou dois anos após a sua saída para o mercado, para preservar a sua fruta primária a gulosa e toda a sua frescura.
Esta versão tinta de 2008 foi feita com as castas Aragonês, tricadeira e Castelão.
Tem uma cor escura, violácia. Aroma intenso e muito frutado, onde se notam as groselhas, as framboesas e os morangos. Toque lácteo. Boca com algum corpo, boa profundidade, fresca e redonda. Muita fruta. Final com bom comprimento e guloso.
Temos aqui um vinho bem feito, pleno de fruta e jovialidade. Perfeito para acompanhar pratos menos condimentados e mais simples. Belo para o dia a dia. Uma das minhas escolhas. 15.
publicado por allaboutwine às 14:42 | link do post | comentar

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