Juntámos 3 amigos e respectivas famílias e um convidado especial para fa
zermos uma petiscada com umas belas pingas a acompanhar. Presentes estiveram o Rui, do blog
Pingas no Copo, o anfitrião do evento, o João, do blog
Copo de 3 e eu, Miguel, do blog
Pingamor. O nosso convidado especial foi António Carvalho, ar
quitecto dos grandes vinhos Casal Figueira.
Foi um fim de tarde de grandes petiscos e grandes vinhos. Mesa posta e bem apetrechada, iniciámos a dura tarefa com os Rieslings do Dr. Loosen. Começamos por um
Erdener Treppchen Riesling Spätlese 2007, que se mostrou profundo, com boca doce mas complexa. Passámos aos Kabinett, para o
Ürziger Würzgarten Riesling Kabinett 2007, o melhor deles três, profundo, notas meladas, florais, apetroladas. Belo. Acabámos com o
Wehlener Sonnenuhr Riesling Kabinett 2007, o menos doce e o menos efusivo, com algum pico na boca. Seguimos para outra estrel
a, pelo menos assim o esperávamos, o
Soalheiro Primeiras Vinhas 2008, uma desilusão. Muito plano, parco de aromas e sem a estrutura dos anos anteriores. E
speremos que esteja num mau momento. Avançámos para a vertical
Casal Figueira. António Carvalho comentou os seus vinhos, e que vinhos! Começámos pelo
Tradition 1995, um vinho que no aroma está um pouco plano, segundo António, em fase descendente, mas que na boca continua a dar cartas, com boa estrutura e acidez. Passámos ao
Tradition 2002, complexo, profundo, com notas meladas, fumo, leite creme queimado. Belo vinho. Avançamos para o
Tradition 2004, sempre em crescendo. Um vinho com bela estrutura, gordo, profundo. Mel, leite creme, ainda com fruta, coco. Grande vinho. O
Tradition 2005,
mostrou-se um pouco inferior. Mostrava calda de fruta, petroleo, notas meladas. Entrou-
se na nova fase Casal Figueira, com o
Vital Vinhas Velhas 2008, um vinho com perfil diferente dos anteirores. Preveligia o lada mais austero, mineral, citrino. Grande intensidade e profundidade. Bela acidez. Não era surpresa,
já o tinhamos provado, mas achamos que se trata de um grande branco, um vinho de guarda.
Passámos à carne e consecutivamente aos tintos. Começámos por Espanha, com uma casta (Jaen) que aqui damos pouco por ela, mas que pelos vistos dá vinho muito bons e elegantes. O
Bierzo Casar de Valdaiga Mencia 1999, um vinho onde se nota a evolução mas que está num momento excelente.Fruta passificada e chá preto. Um belo vinho de 10 anos. Depois tivemos um Dão, um
Pellada Tinta Roriz 2000, que provado após o Mencia perdeu um pouco. Um vinho elegante, típico Dão, redondo e que dá prazer. Merecia ser provado sem mais nenhum. Passámos ao Dou
ro, com um
Fojo 2000, profundo, numa boa fase, mas notando-se um pouco o álcool Nunca foi u
m vinho que me tivesse surpreendido. Depois tivemos o
Redoma 2002, um vinho de um mau ano mas que saiu muito bom. Profundo, elegante, em melhor estado que o Fojo. Com muitos anos pela frente. Gostei.
Passámos às sobremesas e com elas fomos de novo a Espanha. Um
Osborne Pedro Ximenez. Um Jerez/Xeres/Sherry perfeito para acompanhar uns travesseiros da Piriquita, que foi o que fizemos, um vinho doce, aliás, muito doce, potente, que marca. Um boa poderosa e embriagante, no melhor sentido da palavra. Nã
o apetece deixar de beber. A um preço imbatível e uma ótima maneira de entrar neste tipo de vinhos, e podem crer que são mesmo um dos grandes forificados do mundo. E aqui temos uma bela aposta.
Acabaram os vinhos e continuou a conversa. Entre risos e assuntos mais sérios, entre brincadeiras e projectos futuros, passámos umas belas horas.
As senhoras e crianças já esperavam e nós continuavamos em grande.
Uma iniciativa, um encontro de amigos que é para repetir, continuadamente. Pelo prazer que dá partilhar vinhos únicos e pelo prazer de conviver. Obrigado a todos.