Quinta-feira, 30.07.09

Deu la Deu Alvarinho branco 2008

Escolhi um Alvarinho para passar um fim de tarde no Algarve. Um vinho que tenho acompanhado colheita a colheita, um vinho que normalmente tem bastante qualidade e um preço bem apelativo, 5/6 euros. Mais um bom produto da Adega de Monção que, segundo o produtor, é um dos vinhos mais vendidos da Adega.
Apelidado localmente o vinho do paraíso, tem por parte do produtor todos os cuidados. As uvas são seleccionadas à porta da Adega e após vinificação e estágio em inox, é engarrafado o vinho com posterior estágio em garrafa.
Tem uma cor amarelo citrino. Notas intensas de citinos a lembrar limão. Passa para outro tipo de fruta, com notas de maça, melão, pêra e alguma tropical, como manga e maracujá. Flores brancas a completar o ramalhete. Boca de bom corpo e uma bela acidez. Muita fruta, citrina e tropical. O final de boca é longo e muito fresco.
Comprei-o numa promoção (como eu gosto delas!) no Pingo Doce por menos de 4 euros. Com um preço destes, foi quase obrigação. Normalmente anda nos 5/6 euros, o que não deixa de ser uma boa compra. Um vinho que faz jus à casta. Preveligia o lado mais frutado, mais tropical em detrimento da mineralidade e austeridade. Muito bem feito e prontissimo a ser bebido.16.
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Segunda-feira, 27.07.09

Amigos em prova

Juntámos 3 amigos e respectivas famílias e um convidado especial para fazermos uma petiscada com umas belas pingas a acompanhar. Presentes estiveram o Rui, do blog Pingas no Copo, o anfitrião do evento, o João, do blog Copo de 3 e eu, Miguel, do blog Pingamor. O nosso convidado especial foi António Carvalho, arquitecto dos grandes vinhos Casal Figueira.
Foi um fim de tarde de grandes petiscos e grandes vinhos. Mesa posta e bem apetrechada, iniciámos a dura tarefa com os Rieslings do Dr. Loosen. Começamos por um Erdener Treppchen Riesling Spätlese 2007, que se mostrou profundo, com boca doce mas complexa. Passámos aos Kabinett, para o Ürziger Würzgarten Riesling Kabinett 2007, o melhor deles três, profundo, notas meladas, florais, apetroladas. Belo. Acabámos com o Wehlener Sonnenuhr Riesling Kabinett 2007, o menos doce e o menos efusivo, com algum pico na boca. Seguimos para outra estrela, pelo menos assim o esperávamos, o Soalheiro Primeiras Vinhas 2008, uma desilusão. Muito plano, parco de aromas e sem a estrutura dos anos anteriores. Esperemos que esteja num mau momento. Avançámos para a vertical Casal Figueira. António Carvalho comentou os seus vinhos, e que vinhos! Começámos pelo Tradition 1995, um vinho que no aroma está um pouco plano, segundo António, em fase descendente, mas que na boca continua a dar cartas, com boa estrutura e acidez. Passámos ao Tradition 2002, complexo, profundo, com notas meladas, fumo, leite creme queimado. Belo vinho. Avançamos para o Tradition 2004, sempre em crescendo. Um vinho com bela estrutura, gordo, profundo. Mel, leite creme, ainda com fruta, coco. Grande vinho. O Tradition 2005, mostrou-se um pouco inferior. Mostrava calda de fruta, petroleo, notas meladas. Entrou-se na nova fase Casal Figueira, com o Vital Vinhas Velhas 2008, um vinho com perfil diferente dos anteirores. Preveligia o lada mais austero, mineral, citrino. Grande intensidade e profundidade. Bela acidez. Não era surpresa, já o tinhamos provado, mas achamos que se trata de um grande branco, um vinho de guarda.
Passámos à carne e consecutivamente aos tintos. Começámos por Espanha, com uma casta (Jaen) que aqui damos pouco por ela, mas que pelos vistos dá vinho muito bons e elegantes. O Bierzo Casar de Valdaiga Mencia 1999, um vinho onde se nota a evolução mas que está num momento excelente.Fruta passificada e chá preto. Um belo vinho de 10 anos. Depois tivemos um Dão, um Pellada Tinta Roriz 2000, que provado após o Mencia perdeu um pouco. Um vinho elegante, típico Dão, redondo e que dá prazer. Merecia ser provado sem mais nenhum. Passámos ao Douro, com um Fojo 2000, profundo, numa boa fase, mas notando-se um pouco o álcool Nunca foi um vinho que me tivesse surpreendido. Depois tivemos o Redoma 2002, um vinho de um mau ano mas que saiu muito bom. Profundo, elegante, em melhor estado que o Fojo. Com muitos anos pela frente. Gostei.
Passámos às sobremesas e com elas fomos de novo a Espanha. Um Osborne Pedro Ximenez. Um Jerez/Xeres/Sherry perfeito para acompanhar uns travesseiros da Piriquita, que foi o que fizemos, um vinho doce, aliás, muito doce, potente, que marca. Um boa poderosa e embriagante, no melhor sentido da palavra. Não apetece deixar de beber. A um preço imbatível e uma ótima maneira de entrar neste tipo de vinhos, e podem crer que são mesmo um dos grandes forificados do mundo. E aqui temos uma bela aposta.
Acabaram os vinhos e continuou a conversa. Entre risos e assuntos mais sérios, entre brincadeiras e projectos futuros, passámos umas belas horas.
As senhoras e crianças já esperavam e nós continuavamos em grande.
Uma iniciativa, um encontro de amigos que é para repetir, continuadamente. Pelo prazer que dá partilhar vinhos únicos e pelo prazer de conviver. Obrigado a todos.
publicado por allaboutwine às 11:52 | link do post | comentar | ver comentários (8)
Terça-feira, 21.07.09

Monte Velho branco 2008

Esta marca é um verdadeiro caso de sucesso, um verdadeiro ícon de qualidade para muitos, um vinho para ser bebido em dias de festa a maioria. No fundo é um caso de sucesso de marketing, tornar um vinho bem feito num vinho de eleição.
O ano de 2009 foi repleto de mudanças na empresa. Depois de assumirem o nome Esporão, tal como sempre foi conhecido, investiram na mudança dos róulos de algumas marcas. Todos repararam, com certeza, nas mudanças no Alandra e agora recentemente, na colheita de 2008, no Monte Velho e no Vinha da Defesa que, a meu ver, foram bem conseguidas.
O vinho em prova é o colheita de 2008 na sua versão branca. Foi feito com as castas Roupeiro, Antão Vaz e Perrum e teve estágio em inox.
Cor amarelo pálido. Aroma de boa intensidade, com fruta tropical a lembrar maracujá, manga. Depois temos alguma na sua versão mais portuguesa, a lembrar melão e maça. Boca com bom corpo e acidez mediana. Permanece a fruta de polpa branca e ligeiramente tropical.
Temos aqui um vinho bem feito, aliás, o produtor não sabe fazer outra coisa. A fruta está apetitosa, o que torna este branco apelativo e de fácil prova. É difícil não gostar. 15.
publicado por allaboutwine às 13:30 | link do post | comentar | ver comentários (13)
Segunda-feira, 20.07.09

Assis Lobo Moscatel 2003

É um dos grandes generosos do mundo. Alguns exemplares são mesmo vinhos únicos, raridades, vinhos extraordinários que nos fazem sonhar, que nos fazem meditar. Quem já provou Moscateis velhos da JMF sabe do que falo.
É muitas vezes deixado de lado como vinho de fim de refeição, sendo quase sempre bebido como aperitivo e da gama mais acessível. Um bom Moscatel é um belo vinho para acompanhar doçaria, ou mesmo sozinho num fim de uma refeição.
A Casa Agrícola Assis Lobo é um dos protagonistas da região. Situada no coração da Península de Setúbal e seguindo uma tradição familiar, a Casa Agrícola Assis Lobo, localizada em Palmela, produz vinhos a partir das suas vinhas localizadas nas zonas mais nobres da região, nomeadamente no Lau, Fonte da Barreira e Fernando Pó.
Cor ambar de concentração média/alta. Aroma intenso, com muitas notas meladas, futa em passa, flores e algum caramelo. Boca gorda, doce, com boa acidez. Temos sabores a caramelo e mel, com fundo de flores e frutas em passa. Final longo e com alguma complexidade.
Temos aqui um Moscatel de boa qualidade. A meu ver, peca um pouco por ser algo pesado, onde falta a frescura para amparar tamanha doçura e corpo. Bebe-se muito bem, mas temos de ter atenção à temperatura, que não pode ser excessiva sob pena de o vinho se tornar enjoativo. 15,5.
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Domingo, 19.07.09

Brado rosé 2008

A Adega Cooperativa de Borba é pródiga em novos produtos, todos eles baseados em inovação e qualidade. É a chave do sucesso da empresa.
Temos em prova um vinho que não conhecia. Um rosé feito com Aragonês e que tem um preço de cerca de 2 euros.
Tem uma cor rosa vivo. Aroma intenso e guloso, com notas de fruta vermelha a lembrar cerejas e morangos, estes também em mousse. Boca de médio corpo e fresca. Muito frutada, tal como no nariz. Final mediano, com alguma doçura.
Um rosé com um perfil adocicado, com a fruta gulosa e com a acidez bem enquadrada. Está bem feito e pronto a agradar. 15.
publicado por allaboutwine às 13:16 | link do post | comentar

Rheinhessen Bechtheimer Pilgerpfad Spätlese 2007

Os brancos da região de Mosel, na Alemanha, são famosos. Sobretudo a casta Riesling, que serve uma grande panóplia de vinhos, desde os mais secos, os Kabinett, passando pelos Spätlese, com alguma doçura, e acabando nos Auslese, vinho doces. Temos ainda vinhos de colheita tardia, de uvas afectadas pelo “botrytis”, os Beerenauslese, que são muito doces e os Icewines, vinhos onde as uvas são colhidas tardiamente e congeladas.
Vi este vinho à venda num hipermercado e não hesitei. Pelo preço que tinha, cerca de 2 euros, não faria muita mossa.
Do produtor Rembert Freiherr Von Schorlemer sai este branco meio doce que temos em prova.
Tem uma cor amarelo citrino. Aroma de leve intensidade, com notas ligeiras de fruta tropical (ananás) e maça. Boca de corpo mediano e parca acidez. De perfil doce, confirma as notas frutadas. Final algo curto.
Temos aqui um vinho doce, com pouca amplitude e fraca acidez. Bebe-se despreocupadamente. 14.
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Sábado, 18.07.09

Encosta das Perdizes tinto 2006

Agora temos um vinho das regiões mais quentes de Portugal, o Alentejo profundo, a região de da Amareleja.
A Cooperativa Agrícola da Granja é um elemento dinamizador na região, que de tão quente e seca que é, torna-se difícil qualquer tipo de agricultura. A vinha é uma das que resiste neste clima.
Este vinho em prova é um exemplar típico desta zona, feito com as castas Moreto, Aragonês, Alfrocheiro e Trincadeira. Castas típicas da regão, portanto.
A cor é rubi com boa intensidade. Aroma muito frutado, com morangos maduros, em compota, cerejas, ginja. Folhas de tabaco, algum chocolate de leite. Ligeiro toque de casca de árvore seca, aqueles bocados que se soltam. Boca de médio porte, tal como a acidez. Fruta vermelha doce, compotada. O álcool mostra-se com vontade de participar no conjunto, tornando a boca quente e picante. Final mediano e álcoolico.
Temos aqui um vinho que peca na boca, notando-se um pouco a álccol. Tem um aroma simpático, frutado, mas deita tudo a perder na prova de boca. O desequilíbrio é notório. É pena. 14.
publicado por allaboutwine às 11:07 | link do post | comentar

Lagar de Bouza Albariño branco 2008

Aproveitei uma feira no El Corte Inglés e comprei um exemplar espanhol da casta Alvarinho, das Rias Baixas. Quis conhecer o perfil da castas Alvarinho quando feita no lado "de lá" num vinho que não sendo topo de gama dos Albariños, apresenta-se num escalão aceitável, com um preço de cerca de 6 euros em promoção.
Sendo uma casta ibérica, para muitos uma das melhores brancas do mundo, é mais conhecida no exterior na sua vertente espanhola. Vá-se lá saber porquê! E não se pense que a qualidade é maior em Espanha que em Portugal, têm ambos grandes vinhos, e a média de preços são bem mais altos que cá.
Penso que passámos muito tempo a olhar para o nosso umbigo e a achar que os nossos vinhos eram os melhores do mundo, mas faltava ao mais importante, vende-los lá fora. Faltou fazer o que agora finalmente está a ser feito, mas como sempre, atrasados.
Este Lagar de Bouza é um Albariño sem estágio em madeira. Nota mais para a axcelente imagem do vinho, muito jovem e apelativa, factor decisivo, além do preço, para a minha compra dado que não o conhecia.
Vamos então ao vinho propriamente dito. Tem uma cor citrina, brilhante. O aroma é de média intensidade, onde se nota a fruta tropical característica da casta, com ananás e maracujá. Alguns aromas mais citrinos a lembrar limão. Vêm depois as flores brancas e delicadas sobre um fundo mineral. A boca tem bom corpo e com uma bela acidez. Continua com muita fruta, agora com algumas notas de pêssego, as flores e o fundo mineral. Final longo, fresco e frutado.
Temos aqui um belo vinho, onde se nota a fruta mas ela está no ponto certo, tal como a acidez, sem ser agressiva. Longe da austeridade de alguns exmplares da casta, é mais delicado e meigo. Gostei deste vinho, pelo que me dá vontade de experimentar mais Albariños, conhecer mais o lado espanhol da casta. 16,5.
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Quinta-feira, 16.07.09

Soalheiro Alvarinho Espumante Bruto 2005

Voltamos aos Soalheiros, desta vez aos espumantes. É mais em produto do produtor, que mais uma vez nos brinda com um vinho de qualidade superior.
É um Alvarinho em forma de espumante, que teve uma escolha criteriosa das uvas. Segundo o produtor "O mosto resultante desta selecção fermenta a temperatura controlada, obtendo-se o vinho base para espumante. Este vinho sofre, já em garrafa, uma segunda fermentação respeitando o Método Clássico. A permanência na cave, a temperatura baixa e constante durante vários meses permite que este Espumante mostre toda a delicadeza da casta Alvarinho, estando a fruta da casta mais persistente do que no Quinta de Soalheiro Espumante Super Reserva, onde o estágio em garrafa marcadamente longo acentua mais a elegância e persistência gustativa. Finda esta fase de fermentação e estágio, procede-se ao "degorgement", operação que permite a eliminação das leveduras existentes em garrafa e a substituição da cápsula metálica provisória pela rolha definitiva típica do espumante."
Disto resulta um vinho com cor citrina e bolha fina e persistente. Aroma intenso e frutado. Muitos citrinos a lembrar limão que tem a companhia de mineralidade e de fumados. A boca tem corpo mediano e é muito fresca, onde permanecem as notas de limão envolvidas em sabor mineral e ligeiro tostado. Final longo e fresco.
Temos aqui um espumante com alguma austeridade, numa faceta mais mineral do Alvarinho. Belíssimo para acompanhar pratos com alguma gordura devido a uma bela acidez e amplitude.
Belo espumante mas com um preço um pouco elevado, 15 euros. 16.
publicado por allaboutwine às 12:14 | link do post | comentar
Quarta-feira, 15.07.09

Niepoort LBV porto 2003

Agora viramo-nos de novo para os Portos e de novo para a Niepoort. Em prova temos um LBV, um excelente vinho de final de refeição ou para acompanhar uma sobremesa. Não se pode abrir um Vintage com frequência, por isso, este tipo de Porto é a opção certa. São vinhos que não são caros e que muitos deles têm ótima qualidade.
Este LBV, da colheita de 2003, foi feito com castas de vinhas de baixa produção. Foram utilizadas a Touriga Nacional Touriga Franca, Tinto Cão, Tinta Francisca, Tinta Amarela, Sousão, Tinta Roriz entre outras. Depois de pisa a pé, foram estagiar em barricas de carvalho e em barris nas caves em Vila Nova de Gaia. Dirk tenta "engarrafar este Porto o mais cedo possível para que a frescura e fruta do vintage se revele no momento da prova".
Sai da garrafa com uma cor escura, concentrada. Artoma intenso e concentrado, com notas de pó de talco. A fruta aparece na forma de cerejas, amoras, ameixas em compota, figos secos. Ligeiramente químico, bem acompanhado de chocolate preto e de flores. Boca gorda e com bela acidez. Muita fruta madura e em compota. Tem a companhia de de flores, chocolate preto. Fundo mineral. Final longo e guloso.
Temos aqui um LBV de grande nível. Um vinho complexo, fresco, muito guloso. Ótimo para beber neste momento, é uma excelente opção neste tipo de vinhos. 16,5.
publicado por allaboutwine às 12:53 | link do post | comentar

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